O cinema está repleto de obras que foram buscar na ficção científica respostas para os grandes problemas da humanidade…

2001 – Uma Odisseia no Espaço (Stanley Kubrick, 1967)
Muitos deles encontraram soluções até mesmo críveis, mas talvez o maior deles, a sobrevivência, ainda precise de muito roteiro bom para questionar até mesmo o mais distraído espectador.
Isso porque o cinema tem esse poder: trazer questões sérias disfarçadas de brincadeira, de sangue jorrando na tela e sexo nos lugares mais improváveis. O recente filme Passageiros trouxe essa função à ficção científica de 2016. Infelizmente seus questionamentos foram mais a respeito da personagem de Jennifer Lawrence aceitar o que lhe acontece do que qualquer outra coisa.
Outros tantos filmes, porém, conseguem acertar em cheio a reação da humanidade em relação à sua necessidade de sobrevivência. E alguns deles escolhem um gênero para se apoiar nas metáforas que o roteiro desenvolve.

Ex Machina (2015)
Como já citado, há os grandes filmes de ficção científica, questionadores por natureza, mas nem sempre obras memoráveis. Dentre as que merecem destaque, porém, estão 2001 – Uma Odisseia no Espaço, talvez o filme com o maior número de questionamentos acerca da natureza humana. Ou o mais recente Ex Machina, um bom destaque para a questão “Máquina versus Homem”.
Aliás, a ficção científica se prova, ano após ano, não encontrar limites para o que apresenta a respeito de como a raça humana consegue sobreviver. Pois parece ser unanimidade para os roteiristas deste gênero que o ser humano é fadado ao caos.
Por outro lado, há filmes mais dramáticos, metafóricos e experimentais, como é o caso dos ótimos O Hospedeiro, de 2006, e Ensaio Sobre a Cegueira, de 2008. Ambos têm algo em comum e que é extremamente perturbador: eles lidam com a reação humana diante da necessidade de sobreviver. E a natureza que é despertada não é nada bonita de se ver.
O primeiro, sul-coreano, é um ótimo representante da ficção científica, quando um líquido tóxico é despejado irresponsavelmente em um rio, criando um monstro derivado do que outrora havia sido um peixe. O segundo, produção derivada de vários países e baseada em livro de José Saramago, é um experimento do que aconteceria com a população se uma pandemia rapidamente tomasse conta da população mundial.
Ambos filmes corajosos e, infelizmente, cada vez mais atuais, pois em época de corona vírus, quem tem cinema na mente é rei. Por isso, se você quer ir para um lado um pouco mais radical, o resultado destes filmes pode te levar até lá: os zumbis estão à solta.

Eu Sou a Lenda (I Am Legend, 2007)
Há muitos filmes sobre essa criação ficcional, alguns deles com explicações tão críveis que é fácil supor o que aconteceria à humanidade. Eu Sou a Lenda, de 2007, e Guerra Mundial Z, de 2013, são perfeitos para exemplificar a fragilidade da raça humana. E cada um deles traz consigo uma epidemia para provar suas teorias.
Como você pode ver, o cinema está sempre buscando respostas para todos os tipos de perguntas. Das mais sérias às estapafúrdias, todas encontram alguma solução. Talvez nem todas a mais inteligente, diga-se de passagem, mas é ridículo pensar o quão tênue é a linha que divide a racionalidade à luta pela sobrevivência.
Em Contágio, de 2011, o mundo sofre com um vírus que repentinamente começa a matar quem o contrai, assustando a população inteira com a rapidez e eficiência que isso acontece. Por acaso, ela começou na China e passou de um país para o outro por avião. Coincidência? Talvez apenas um bom roteiro.
Mas se tem um filme que mostra isso da forma mais crua e insana possível é o espanhol REC, um terror com pedigree feito com câmeras na mão e a melhor desculpa possível: um prédio precisa ser isolado, mas um grupo de sobreviventes fica preso dentro dele. E agora? É de arrepiar os pelos mais escondidos.
Seja, então, pelo fim dos tempos, catástrofes, outros mundos, invasão alienígena ou até mesmo a esterilidade, a luta pela sobrevivência caminha de mãos dadas com o cinema, representada pelas mais diversas obras, boas ou não, mas sempre pautadas nas reações das pessoas.