Dando continuidade sobre as estratégia do sistema capitalista como influência nas relações para sua manutenção, há um fator importante na sociedade que é a ideia de distanciamento do exercício político.
Hoje, se perguntarmos para boa parte das pessoas comuns, irão nos falar sobre política como algo distante ou complementar e, na maioria, irão rechaçar e dizer que não há interesse no assunto.
É impossível dentro das relações sociais estarmos a quem da política e, para além dos clichês, até os que se “distanciam” da prática, exercem uma função relevante, nesse caso um papel primordial e importante, pois abre margem para decisões por si e no emprego da alienação, reprodução ou escolhas sem crítica (induzidas pelos que querem manter esse status quo de exploração social).
Com citado no texto anterior, a função social do trabalhador urbano, por exemplo, conduz justamente para a não prática política direta da população em geral. Ora, se acordamos de madrugada e retornamos somente a noite, tendo um ou dois dias de pausa para retornar a essa lógica de produção, onde se encaixa o processo de construção política crítica?
Essa lacuna na maioria das vezes é preenchida pelos programas jornalísticos sensacionalistas ou pela religião, afinal possuir um mentor que pensa por mim, auxiliando a compor minha formação nesse tempo escasso, gera a sensação de completude. Com essas referências, geralmente esses formadores de opinião, dialogam com o sistema e seus interesses capitais, explicando assim o fato de muitos de nós corroborar justamente com o discurso que nos oprime.
É político o ato de trabalhar, de sair de casa, pagar nossas contas, de receber pela mão de obra, de descansar nas folgas, de ter acesso à bens não só de consumo como de conhecimento, é político e estratégico esse distanciamento da crítica, do questionamento e funcionamento das coisas, da influência direta na precificação da vida ou no direito social, na participação efetiva dos processos (conselhos gestores, coletivos, associações e organizações de classe) e não só no voto, na misancene eleitoral, na escolha deles por eles, como se fosse para nós.