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Texto escrito em parceria com Marcos Ahlers

Mesmo com o passar da dita evolução humana, de todas as eras e revoluções, no desenvolvimento e/ou criação de tecnologias e ofertas diversas, como propostas para uma vida plena, um bem estar social, por que mesmo assim, vivemos e vemos uma sociedade moderna a cada dia mais adoentada? No agravo de sua saúde multidisciplinar e no distanciamento dessa tal “vida plena” que sempre buscamos e nos é ofertada em propaganda como meta de felicidade!?

Há sempre um novo vírus! Novos códigos de doenças! Novos termos, diagnósticos e especificações. Há sempre o que se preocupar, mesmo quando “a busca” é de não ter preocupação em nada. Eles criam o doente em esteriotipo, falam em doenças por categorias, ofertam tratamentos e medicações, saúde como produto ou serviço, enfim, tudo dentro do espectro chamado “nicho de mercado”.

No admirar desse mundo novo, será que devemos afirmar que boa parte dos agravantes, sobretudo em saúde mental, teria origem no modes operandi da nossa sociedade capitalista atual? Pois, as questões de ordem biológicas estão aí colocadas, mesmo em possíveis mutações genéticas, no passar de gerações ou até nas investidas mercadológicas do agronegócio, seja por transgênicos ou agrotóxicos, vai lá saber. Entretanto, e as de ordem biopsicossocial? Como e porque evoluem? Dialogando com a genética. Como surgem as queixas das pessoas? Qual a origem dos sofrimentos? Qual o principal fator que leva nossa sociedade a não se enxergar coletivamente e, de forma concomitante, descartar o cuidado das pessoas em suas necessidades subjetivas?

Sociedade essa onde produz desigualdade social crítica, vale lembrar! Mas, como diz o poeta, se pra todo mal há cura, será que nossa cura virá pela necessidade de sair (pensar meios possíveis) dessa lógica que nos adoecem? Vislumbrar relações sociais e econômicas (alternativas) que possibilitam as pessoas terem o mínimo de acesso a informação, saúde, bem estar e, principalmente, garantia de seus direitos básicos? É o que ensaiamos até aqui.

De fato, não sabemos ao certo! Porém, temos a convicção que, em meio a uma sociedade onde as relações são pautadas em ofertas e demandas, claro que tudo será produto e serviço. Se você está doente, verá ofertas para tal, se não há essa demanda, cria-se para haver oferta. Academias, tênis de corrida, viagens, alimentação, remédios, roupas, casas ou kitnet, uma farmácia a cada esquina, acessórios, carros, corte de cabelo, vitrine, vitaminas, bebidas, perfumes, enfim, há muito ao que se vender e lucrar, basta a comunicação ser persuasiva e nós sentirmos representados pela lógica do capital. O capital, serve para captar… Parece óbvio, mas essa é a lógica: Se está a margem, precisa-se atrair. Se está inserido, é necessário fidelizar para reter ainda mais.

Isso quando falamos sobre acesso a bens de consumo, seja por serviço ou produto, propriamente dito. Porém, a saúde mental está também inserida por outro viés, que é o da exploração!

Nos querem felizes e saudáveis, mas não ofertam tempo para isso, para consumir essa “tal felicidade mental”. Vejamos! São quatro horas no transporte público ou trânsito, somado a oito horas produzindo, restando oito horas para um sono ideal. A matemática não fecha quando precisamos viver para além do trabalho, pois nessa lógica é preciso ser produto-produtor-consumo-consumidor.

De forma crítica, nosso amigo Marcos Ahlers, graduado em história (USP), pedagogia (UNINOVE), especialista em gestão estratégica de políticas públicas (UNICAMP) e Estado, Governo e Sociedade (FLACSO), trás seu olhar sobre a saúde mental e a relação com o capitalismo.

“Acho que posso afirmar sempre ter suspeitado que o mundo fosse uma farsa barata e tosca, um péssimo disfarce para algo mais profundo, mais esquisito e infinitamente mais estranho, e de alguma forma sempre ter sabido a verdade. Mas acho que isso é apenas o que o mundo sempre foi.” Neil Gaiman, Coisas Frágeis.

A saúde mental é um tema de difícil abordagem para profissionais que tratam os transtornos e para os pacientes que possuem dificuldades em reconhecer sua saúde fragilizada. Afinal, como a mente, responsável por avaliar as doenças que afetam o corpo pode avaliar corretamente sua própria moléstia estando, ela mesma, doente?
Sendo que as doenças mentais possuem fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais, nos deteremos nesses dois últimos com a premissa que a organização social atual tem como eixo norteador o sistema capitalista no qual vivemos e que influencia a gravidade dos transtornos e possibilidades de tratamentos. Os autores Viapiana, Gomes e Albuquerque (2018) citam Breilh para lembrar que “a produção de doenças ocorre no plano coletivo, e, portanto, não se pode desvincular o estudo do processo saúde-doença do contexto social em que está inserido. Para tanto, é necessário analisar os processos estruturais de cada sociedade, decorrentes de determinado grau de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção.”

O capitalismo é um sistema econômico que gira em torno da acumulação de capitais (dinheiro), da propriedade privada dos meios de produção e, teoricamente, do livre mercado para troca de bens de consumo. Importante constatar que o capitalismo é um dos sistemas econômicos possíveis, já existiram outros como o escravismo. E naturalizar o capitalismo como algo inexorável pode impactar na saúde, pode ser um tipo de prisão em uma realidade com apenas uma possibilidade. Nesse sistema tudo tende a ser transformado em mercadoria, inclusive pessoas e sua saúde. Entretanto, a mente e individualidade das pessoas não são mercadorias, apesar de não ser esse o mote do sistema.

Existe o apelo de que a saúde física pode ser comprada em academias, com cirurgias e medicamentos. Há a pressão para se estar bem, para ser um produto vendável. Alguém com a saúde mental comprometida é um produto com defeito? Possui dificuldades para se inserir na lógica de acumulação? Tem seu quadro agravado pela dinâmica do sistema?
Tomemos como exemplo o dependente químico, seja alcoolista, usuário de drogas ilícitas ou de medicamentos. Os transtornos mentais causados pelo uso de substâncias estão inseridos em mercados bilionários. Segundo a consultoria Euromonitor o mercado de vendas de cervejas no varejo no Brasil movimentaram incríveis R$184,6 bilhões em 2020. Claro que nem todos os consumidores são dependentes químicos, mas pensando especificamente sobre os alcoolistas podemos verificar o apelo do mercado ao uso, desde propagandas até músicas em variados estilos que fazem apologia a uma “mística” de embriagar-se. A saúde mental é atropelada pelo mercado. Além disso, o dependente químico é um produto em si que interage no sistema capitalista e orbita outras esferas, como o mercado que existe para lhe tratar, sejam hospitais psiquiátricos, comunidades terapêuticas, clínicas de recuperação, profissionais da saúde e a indústria farmacêutica.

O capitalismo também direciona nossos desejos e objetivos de vida, principalmente na direção de adquirir produtos para satisfazer nossas necessidades. A armadilha está aí, pois cada vez mais é difícil distinguir entre verdadeiras necessidades, vontade de possuir bens e desejos irrealizáveis. Não se trata de demonizar o capitalismo que trouxe diversos avanços as sociedades industriais, inclusive com medicamentos úteis nos tratamentos, mas de verificar como quadros depressivos, de ansiedade, estresse e de transtornos alimentares podem ser agravados pelos desejos incutidos pelo sistema capitalista. Também pela desigualdade econômica e miséria por ele geradas.

Conquistar bens materiais (moradia, veículos, roupas, eletrônicos) ou que representem estilos de vida invejáveis (viagens, passeios, idas a restaurantes e festas onde impera aparente felicidade) são possíveis através do dinheiro acumulado pela venda da força de trabalho para a maioria da população. Não conseguir “vencer” e acumular esses bens ou status pode agravar um quadro de depressão quando a vida parece perder o sentido. Pode agravar quadros de ansiedade porque são conquistas efêmeras, logo que são alcançadas e postadas nas redes sociais pertencem ao passado e perspectivas de novas conquistas passam a dominar a mente. Influencia nos distúrbios alimentares, seja para alcançar um padrão estético de magreza difundido nas mídias ou como apoio para preencher o vazio interior com mais e mais comida.

O sistema capitalista impacta diretamente a saúde mental das pessoas ao transformá-las em mercadorias, ao vender desejos e soluções para os problemas que agrava. Também o trabalho possui centralidade na vida contemporânea e quem labora muitas vezes deixa passar desapercebido sinais de comprometimento da saúde mental. Admitir ou investigar um transtorno mental pode ser sinal de fraqueza, envolver o componente medo, ser permeado por preconceitos e ainda excluir o indivíduo do importante circuito capitalista. Compreender que o capitalismo e sua ideologia podem prejudicar a saúde mental é um dos caminhos para avançar em tratamentos, assim como uma possibilidade de jornada individual para identificar a origem de transtornos mentais.

Referências:

1. Vitória Nassar Viapiana, Rogério Miranda Gomes, Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque. Adoecimento psíquico na sociedade contemporânea: notas conceituais da teoria da determinação social do processo saúde-doença.

2. Breilh J. Epidemiologia crítica: ciência emancipadora e interculturalidade. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2006

3. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/08/brasileiro-muda-consumo-de-alcool-e-forca-investida-da-ambev-nas-categorias-nao-cerveja.shtml

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