Complexo cultural exibe documentário sobre Naomi Munakata em homenagem à maestrina do Coral Paulistano, vítima da Covid-19, nesta sexta-feira (26/3), dia em que completa um ano de sua morte

O Theatro Municipal de São Paulo, equipamento da Prefeitura da Cidade de São Paulo ligado à Secretaria Municipal de Cultura e à Fundação Theatro Municipal de São Paulo, sob gestão da Santa Marcelina Cultura, presta uma homenagem à maestrina que até março de 2020 ocupou o cargo de regente titular do Coral Paulistano – corpo artístico criado na década de 1930 por iniciativa do escritor Mário de Andrade – mas que há exato um ano, a completar no próximo dia 26 de março, nos deixou em decorrência de complicações por infecção de Covid-19.

Apaixonada pela música e pela arte do canto coral e reconhecida pela crítica musical, Naomi Munakata (1955-2020) é lembrada no documentário que vai ao ar nesta sexta-feira, às 17h30, no canal do Theatro Municipal no YouTube: youtube.com/theatromunicipalsp .

O audiovisual de 20 minutos traz trechos inéditos de ensaios e concertos – incluindo do último em que Naomi esteve à frente do Coral Paulistano regendo o programa com a Sinfonia n. 3, de Mahler (1860-1911), no dia 7 de março de 2020, no palco do Theatro Municipal de São Paulo – e depoimentos de cantores, regentes e demais profissionais que trabalharam com a maestrina.

Logo na abertura, tem imagens de um ensaio do Coral Paulistano em que Naomi aparece orientando o coro durante preparação da peça Motet Komm, Jesu, komm BWV 229, de Bach (1685-1750).

Os depoimentos lembram histórias, curiosidades e fatos marcantes da trajetória da regente. A sua generosidade, o amor e o cuidado com a beleza dos detalhes artísticos em cena, tanto na música quanto na vida, e muitos agradecimentos pela sua contribuição ao canto coral.

Destaque para as participações de Maíra Ferreira, atual regente titular interina do Coral Paulistano que trabalhou com Naomi Munakata por quatro anos como assistente e que, muito emocionada, lembra o importante papel de educadora da maestrina, além de sua atuação nos palcos, e dos regentes Mário Zaccaro, do Coro Lírico Municipal, e Roberto Minczuk da Orquestra Sinfônica Municipal, que em depoimento lembra quando conheceu a maestrina, ainda na Escola Municipal de Música, quando ele tinha apenas nove anos de idade.

A Escola Municipal de Música foi onde Naomi estudou, lecionou e tornou-se diretora. Com trechos de outro documentário, o de 50 anos da instituição, celebrado em 2019, Naomi Munakata relembra situações dos tempos da escola em conversa com o maestro Roberto Minczuk.

Jamil Maluf, regente titular da Orquestra Experimental de Repertório, recorda os pontos em comum que tinha com Naomi Munakata: o amor pela música, pelo canto coral e pela culinária japonesa.

Jamil Maluf ainda comenta sobre um fato que o marcou bastante e que tem a participação da regente: era 1973, prestes a embarcar para a Alemanha para estudar regência, e Naomi Munakata foi até o saguão do aeroporto dar um abraço de despedida no amigo.

De personalidade forte e semblante sério, muito exigente nos ensaios, sempre com o intuito de fazer o melhor, com qualidade e excelência, Naomi Munakata é lembrada com muito carinho pelos integrantes do Coral Paulistano.

O documentário será exibido nesta sexta-feira (26), e ficará disponível no YouTube do Theatro Municipal de São Paulo para acesso posterior, de graça e a qualquer hora, sem necessidade de agendamento ou cadastro prévio.

Naomi Munakata

Naomi Munakata iniciou os estudos musicais ao piano com apenas quatro anos de idade e começou a cantar aos sete, no coral regido por seu pai – Motoi Munakata. Estudou violino, harpa e formou-se em Composição e Regência em 1978 pela Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo, na classe de Roberto Schnorrenberg.

Por duas décadas foi regente do Coro da Osesp e foi diretora e professora da Escola Municipal de Música de São Paulo, diretora artística e regente do Coral Jovem do Estado, regente titular do Coral Paulistano e professora na Faculdade Santa Marcelina e na FAAM.

Sobre o Teatro Municipal de São Paulo

O edifício do Theatro Municipal de São Paulo é um equipamento cultural localizado na Praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo. Trata-se de um edifício histórico, patrimônio tombado, intrinsecamente ligado ao aperfeiçoamento da música, da dança e da ópera no Brasil. O Theatro Municipal de São Paulo abrange um importante patrimônio arquitetônico, corpos artísticos permanentes e é vocacionado à ópera, à música sinfônica orquestral e coral, à dança contemporânea e aberto a múltiplas linguagens conectadas com o mundo atual (teatro, cinema, literatura, música contemporânea, moda, música popular, outras linguagens do corpo, dentre outras). Oferece diversidade de programação e busca atrair um público variado.

O Patrimônio Theatro Municipal de São Paulo tem implantação retangular, sendo as medidas aproximadas de 92 metros (fachadas leste e oeste), e 42 metros (fachadas norte e sul). Divide-se basicamente em três corpos com funções distintas: o corpo da fachada – vestíbulo, a escada nobre, salão, portaria, restaurante e dependências da administração; a parte central – sala de espetáculo com seus corredores e galerias; o corpo posterior – palco e suas galerias laterais, camarins e salas de artistas. Composto de 09 (nove) pavimentos, sendo um subterrâneo, 07 (sete) correspondendo aos planos e ordens da ala de espetáculo e/ou administração, e o pavimento referente a cúpula central. Tem área total construída de aproximadamente 17.000m².

Sobre a Santa Marcelina Cultura

Eleita a melhor ONG de Cultura de 2019, além de ter entrado na lista das 100 Melhores ONGs do ano de 2019 e de 2020, a Santa Marcelina Cultura é uma associação sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social de Cultura pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. Criada em 2008, é responsável pela gestão do Guri na Capital e região Metropolitana de São Paulo e da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMESP Tom Jobim) .

O objetivo da Santa Marcelina Cultura é desenvolver um ciclo completo de formação musical integrado a um projeto de inclusão sociocultural, promovendo a formação de pessoas para a vida e para a sociedade. Desde maio de 2017, a Santa Marcelina Cultura também gere o Theatro São Pedro , desenvolvendo um trabalho voltado a montagens operísticas profissionais de qualidade aliado à formação de jovens cantores e instrumentistas para a prática e o repertório operístico, além de se debruçar sobre a difusão da música sinfônica e de câmara com apresentações regulares no Theatro. A Santa Marcelina Cultura assumiu em 1º de novembro de 2020 um Termo de Colaboração emergencial para administração dos objetos culturais vinculados ao Complexo Theatro Municipal de São Paulo.

Quer receber nosso conteúdo?
[popup_anything id="11217"]