Um grupo de fotógrafos paulistanos que decidiu encarar a cidade de frente e registrar tudo o que encontrar pelas ruas
O Coletivo Remirar foi formado em 2013 por Alexandre Pereira, Diego Coelho, Juliano Godoi, Paulo Ferreira, Rafael Guimarães, Vinicius Gomes e Weslei Barba. Focando na missão de, através de suas lentes e olhar, interpretar o mundo e capturar os aspectos incomuns ou invisíveis do cotidiano urbano da maior megalópole da América do Sul.
Qual é o objetivo da fotografia produzida pelo Remirar?
As obras produzidas pelo coletivo são muitas vezes sobre o contato com o espaço urbano. Estamos procurando novos métodos de “ler a cidade”, buscando, recriando e passando por momentos pessoais intensos. Somos desafiados por regras e omissões; a aceitação e a recusa; atraindo e sendo atraído, como uma rodada onde nós e o fotografado formam um único círculo viciante.
Como é fotografar em grandes ambientes urbanos como a caótica São Paulo?
Andar em uma grande cidade como São Paulo é ter a chance de encontrar cenas bem incomuns. Existe pessoas de todo canto do mundo e a cidade praticamente não dorme.
Apontar a lente para alguém requer coragem. A câmera fotográfica acaba intimidando. Em algumas situações as pessoas podem não gostar de serem fotografadas, mas na sua maioria, elas até posam e ouvimos suas histórias. Aí, de fato, conhecemos a cidade e seus personagens.
Cada zona é muito distinta uma das outras. Você anda e vai reparando como os bairros vão mudando: os bares, os mercadinhos, os hotéis, as casas, os carros, o trânsito, as pessoas. Do nosso ponto de vista é assim que você conhece a cidade: andando. Quando você está dentro de um carro, acaba prestando mais atenção nas vias e no trânsito, sem olhar muito para os lados. A pé você possui um tempo maior e liberdade.
Apesar de São Paulo ser uma megalópole, existem os momentos em que você consegue relaxar no meio do caos.
Nessa cidade você encontra de tudo e isso é algo muito importante para nós. A fotografia passa a ser examinada de forma menos óbvia e, por vezes, desenvolvida de formas inesperadas.
Já aconteceu alguma história sinistra durante as saídas fotográficas?
Vira e mexe tem algum acontecimento que marca o rolê. Um dia, um de nós estava com um amigo fotografando uma galera no Bar do China. Lá, um cara com uma tatuagem na perna nos chamou a atenção, pedindo para fotografarmos a tatuagem dele. Depois de ter fotografado, bebemos um pouco, até que ele pediu para acompanha-lo aos fundos do bar. Inocente e curioso com o que iria mostrar, fomos até o fundo do bar e ao chegar, onde não tinha ninguém, ele começou a tirar a roupa!
Seria abusado? Talvez! Ficamos assustados sem mostrar o sentimento… e não demorou muito, percebemos que ele não estava mal intencionado e só queria mostrar outra tatuagem: uma bem esquisita na coxa esquerda. Esse dia rendeu, heim!?
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