Não pretendo comentar sobre a fotografia incrível, os cortes rápidos e muito menos da direção de arte que foi executada com excelência. Poderia falar o quanto o roteiro foi bem desenvolvido e o papel fundamental que os elementos escolhidos tiveram para amarrar a trama junto ao texto, mas também não vou falar. A única coisa que realmente pretendo deixar claro é que o trabalho desenvolvido por Renato Cabral e Luis Felipe Pimenta, foi tão bem realizado ao ponto de transformar o filme Raízes & Asas (Roots and Feathers) em um curta capaz de questionar a nossa postura perante a vida. E quando um filme aponta o dedo para a nossa cara e nos questiona, ele faz a diferença. Não foi a toa que levou o prêmio como melhor filme no VII Cine Mube Vitrine Independente 2012 que aconteceu em São Paulo no dia 30 de junho.

“Se você mantiver os olhos menos ofuscados pela crueza e o absurdo do mundo, e mantiver as suas asas fortes para suportar o peso das pequenas coisas que se acumulam; você verá paisagens tão lindas quanto as que via durante o tempo de sua inocência. Sentirá cheiros que contam a sua história. Ouvirá músicas que o fará chorar, rir, ou simplesmente dançar outra vez. Conhecerá pessoas encantadores e divertidas e elas farão você pensar: sim, o mundo é lindo.”

Uma reflexão a parte, toda vez que me deparo com esse tipo de produção, fico contente em saber que o cinema digital brasileiro está crescendo cada vez mais e não está distante comparado com o que é feito fora do Brasil. Levando em conta que, por mais fácil que seja conseguir uma câmera que grave em full hd e te proporciona a capturar um material de  alta qualidade, as produtoras independentes ainda enfrentam dificuldades em conseguir apoio para as suas produções. Mas, quando essas dificuldades são alinhadas junto com a nossa capacidade de converter o nosso olhar e o nosso sentir em uma espécie de concreta poesia de imagens e sons, seguindo, acima de tudo, a chama sincera que nos aponta o caminho a ser traçado; a chance de fracassarmos em nosso projeto será praticamente nula (deixo claro que uso a palavra fracasso me referindo a não realização pessoal). Ou seja, o melhor de tudo é sair satisfeito com o que criamos. E é isso é o que importa, independentemente do reconhecimento externo, que cá entre nós, só serve para inflar ego.

“Quando você crescer, as penas de suas asas vão cair, até que você perca pra sempre a capacidade que tem de voar.”

FICHA TÉCNICA
Direção, roteiro e montagem: Renato Cabral & Luis Felipe Pimenta
Fotografia: Artur Graciano
Texto e locução: Luiz Ricardo Magrello
Trilha sonora: Giordano Pagotti

FESTIVAIS:
3º Lugar na 2ª Mostra Sesi de Cinema de Uberaba.
1º Lugar na IV Mostra Perpendicular de Cinema de Uberlândia.
Seleção oficial do festival Curta o Gênero. Fortaleza – CE.
Seleção oficial da mostra competitiva do 3º Curta Amazônia.
Melhor Curta escolhido pelo júri do VII Cine Mube Vitrine Independente.

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