Produzido por Fernando Schultz, Paulo Schultz, André Melman, Marcos Schultz e Felipe Cordeiro, a partir da iniciativa da Associação Dobem, EU MAIOR é um documentário sobre o autoconhecimento e a busca pela felicidade.
Previsto para estrear no segundo semestre deste ano, o documentário foi produzido em cima dos depoimentos sinceros e sensíveis de gente como o artista circense Márcio Libar, a atriz Letícia Sabatella, o pianista Benjamim Taubkin, o psiquiatra Flávio Gikovate, e a líder espiritual Monja Coen.
As notícias sobre EU MAIOR correram pela internet. Isso porque o documentário foi financiado de uma forma diferente, e contou com a ajuda de algumas empresas e a colaboração de mais de 600 pessoas, que acreditaram na iniciativa e investiram no projeto em crowdfunding.
No decorrer do filme desvendamos valiosos pontos, como o reconhecimento da felicidade na forma da possibilidade, algo além, emergindo após a dor. Em diversos momentos, em trechos de quase todas as entrevistas, nota-se a presença da mesma máxima: para alcançar o Nirvana, devemos antes conhecer o sofrimento.
A tristeza nos ajuda a vivenciar o luto, ajuda a deixar morrer pra poder renascer. O problema é que todo mundo quer renascer, mas ninguém quer morrer.” – Roberto Crema
Nos depoimentos de Roberto Crema, Letícia Sabatella e Professor Hermógenes, por exemplo, a tristeza é explorada como parte das virtudes humanas. Descobrir o abraço e o aconchego da dor, como se fossem o tapa dado por alguém que amamos para nos libertar de um estado de choque, significa respirar e compreender as angústias, crescendo em sabedoria e conhecendo caminhos que uma vida de felicidade, somente, não proporcionaria.
O sofrimento alcança os bons. O sofrimento dos bons na minha observação, meus estudos, pode ser uma oportunidade de afastar os obstáculos. Aproveite o sofrimento e veja a lição que ele vem trazer.” – Professor Hermógenes
Entre as virtudes tratadas por EU MAIOR estão também a cumplicidade e o riso. Igualar-se ao outro, reconhecer e conviver com a diferença do outro, desinibe, elimina o medo da aproximação. O espelho entre as diferenças é também uma possibilidade – eu tenho este formato hoje, mas pode ser que amanhã eu seja como você, portanto, me posiciono em seu lugar, sinto sua dor e, a partir daí, te amo e te admiro pelas lutas que vive.
Estou indo para lá, querendo vir para cá. O erro é a nobre arte do palhaço. É a aceitação da sua inadequação. O riso do palhaço não é o riso de chacota. É o riso da aceitação. Quando ele aparece careca e barrigudo na sua frente, ele está dizendo: sua barriga vai crescer também, você me ama mesmo assim? E você diz: eu amo. Porque você sabe que seu cabelo vai cair e sua barriga vai crescer também. Riso de cumplicidade é o exercício de maior grandeza do ser humano.” – Márcio Libar
Dentre os depoimentos que mais me marcaram está o de Márcio Libar, tomado pela paixão e devoção ao trabalho. O desequilíbrio do palhaço Cut-cut é construído em uma força, em um sentimento confortante, confrontante. A paixão pela arte e o amor transcendente nas palavras de Márcio arrepiam a alma, e expõem o quão chato e desnecessário é o ideal de seriedade que julgamos tão importante em nossa vida profissional. Para Márcio, é exatamente o desequilíbrio que nos convida a explorar a criancice como refúgio para a compreensão do mundo e da vida, e quem sabe até obter o sucesso profissional longe da quadradice diária.
Criança vem de cria, criação, criador. Se você tira a criança de dentro de você, você tira o criador de dentro de você. O que é Deus, senão o criador do universo? E o que é a criança, senão a criadora do próprio universo? Se você tira a criança de você, você perde a capacidade de criar seu próprio universo, e aí você vai amargar e ter que viver do universo do outro.” – Márcio Libar
Outro depoimento marcante foi o de Roberto Crem. Suas palavras refletem sobre quantos conflitos de egos são alimentados em nossas vidas, enquanto que muitas batalhas pela paz interior são abandonadas pelo caminho.
As pessoas acham que o oposto da paz é a guerra e o conflito. Não é. O oposto da paz é a estagnação. A paz é o bom combate. Se eu quero a paz, que precisa se irradiar no interior de mim mesmo para irradiar para a sociedade, eu preciso me tornar um ativista. A questão é: com quais armas?
Ao final, EU MAIOR renova nossas energias e afia nossas armas para a luta do autoconhecimento. Dentre elas estão o amor, a compaixão, a espiritualidade, a sabedoria e a própria arte. Basta escolher de que forma lutar e buscar um caminho para trilhar.
Para acompanhar notícias, data de estreia e informações adicionais sobre exibição, acompanhe o site do projeto clicando aqui.
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