Há 10 anos, morria de câncer o Beatle mais legal: George Harrison. Você pode discutir que o Paul é mais músico e as composições do John são melhores, mas tentar chegar a uma conclusão sobre o melhor Beatle é quase a mesma coisa do que falar de futebol e religião.
George sempre foi o mais desencanadão do grupo. Foi graças as suas viagens malucas que em vários sons dos Beatles podemos ouvir uma cítara e barulhos de passarinhos. Nada me tira da cabeça, por exemplo, que foi ele que teve a idéia de por passarinhos cantando antes do começo de Across The Universe.
Depois dos Beatles, George teve uma longa carreira solo, cantando é claro suas composições feitas na época do fab four e também um monte de outras pérolas com letras do caralho, além de um jeito único de tocar guitarra. Não falo de ser virtuose, mas de transmitir uma emoção incrível em arranjos que reverberam até hoje.
Ou vai me dizer que você, leitora, não ia querer que alguém fizesse isso com você?
Não importa se o cara fez essa música pra mina que depois ia ser surrupiada pelo Eric Clapton, se até o Frank Sinatra disse que ela é a melhor música de amor de todos os tempos, quem somos nós, reles mortais, pra discordar?
Pra finalizar, uma das mais conhecidas de sua carreira solo, mas que na verdade foi gravada na época do Beatles ainda. A fita foi a seguinte: logo que saiu da banda, Jorginho (é assim que eu o chamo), pegou tudo seu que não foi aproveitado nesse tempo e lançou. É o caso dessa belezoca aqui.
Jorginho, o mundo é um lugar bem mais lindo só porque você existiu aqui.
*Ah, vale lembrar que o Martin Scorsese fez um documentário especial pro George, Living in The Material World, lançado esse ano.
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