kamau2

O ano, 2000 e alguma coisa. O disco, KL Jay na Batida – Volume 03. A faixa, Ao Vivo, a número 06. Rimando, JL e Kamau. Impressionado com aquele rap improvisado, algo que eu nunca tinha ouvido antes, conheci a inteligência do matemático Kamau. Alguns anos depois, com o lançamento do Non Ducor Duco (2008), encontrei meu som preferido dentro da chamada “nova escola”. Raciocínio rápido, sem auto-engrandecimento, melodias que ficavam na cabeça por vários dias. A quem possa interessar foi uma dessas.

Hino de quem corre atrás dos seus objetivos, A quem possa interessar é rimada em cima de uma base do saudoso DJ Primo, que foi riscar os discos no andar de cima em setembro de 2008. O sample vem de Linda Manhã, presente em um compacto de 1978 do Quinteto Ternura, banda que iniciou a carreira na década de 1960 como Trio Ternura, e tem no currículo feitos como ter acompanhado Toni Tornado no 5º Festival Internacional da Canção da Rede Globo, em 1970, com a canção BR-3, e ter gravado um disco clássico do soul brasileiro com produção de Raul Seixas, em 1971.

O som do Quinteto Ternura lembra muito a genialidade de Cassiano, com melodias carismáticas e, ao mesmo tempo, psicodélicas. Em outros momentos, alguns sons se parecem com Dom Salvador, em uma mistura da música negra americana com elementos da música popular brasileira. Confira abaixo algumas faixas do disco de 1971, que conta com composições de Fábio, Hyldon, Dalto e contribuições do próprio Raul, e o de 1974, que você ouve completo aqui.

Quer receber nosso conteúdo?
[popup_anything id="11217"]