De exposição em exposição, o artista plástico brasileiro Felipe Gasnier, o xilip, tem se consolidado no cenário da arte contemporânea nacional. Xilip acaba de chegar de uma mostra coletiva na Finlândia e vem direto para uma individual na SOUL ART no próximo sábado (16), com uma exposição de aproximadamente 20 telas que evidenciam a influência da música na vida dele.
A SOUL ART, é claro, não poderia de deixar de conversar com o cara e trazer para vocês essa entrevista na íntegra. Aqui ele conta como se inseriu no universo artístico, quais são as suas maiores inspirações, as experiências internacionais e as expectativas daqui pra frente.
SA: Conta pra gente como começou a pintar.
X: Eu sempre fui muito envolvido com música. Antes tinha uma gravadora no Rio de Janeiro e lançava algumas bandas. Como na época tudo era “faça você mesmo” e a gente não tinha muito recurso, comecei a desenhar capas de discos, camisetas. Aí um pouco depois, incentivado por esses mesmos músicos, principalmente da banda Noção de Nada, comecei a produzir telas e a me expor como artista plástico.
SA: Quem são suas referências artísticas?
X: A minha base é a música. Eu conheci a arte atráves dos estilos musicais grunge e hardcore. Sempre me inspirei em capas de discos, encartes. A minha primeira referência foi o Nirvana, como o Kurt Cobain fazia muita arte com manequim, eu comecei a entender um pouco mais disso com ele. Depois conheci o Daniel Johnston, que além de pintor era músico também. Porque eu via as camisetas que ele fazia e gostava muito da arte dele.
SA: E suas referências hoje?
X: Com o tempo eu fui abrindo mais o leque e hoje eu tenho outras referências, já busquei inspiração no hip hop, no rap. Eu não sou muito de acompanhar outros artistas plásticos, eu tenho mais referências na música. Eu tenho um pouco disso de “não acompanhar” outros pintores para que a minha arte tenha mais a minha cara, a minha personalidade e não seja cópia de ninguém.
SA: Como acontece normalmente o seu processo de criação?
X: Eu sempre pinto baseado no que está acontecendo na minha vida. Toda tela tem a ver com os acontecimentos ou do dia, ou da semana. Eu consigo esconder no quadro coisas que me façam lembrar do momento em que eu passei. Sejam com números, sejam com notas, por exemplo. Toda tela sempre vai ter elementos que me remetam a algo que eu vivi ou estou vivendo.
SA: Como foi essa experiência na Finlândia?
X: Foi surreal! Eu nunca me imaginei indo fora do Brasil para expor. Fui muito bem recebido por todos, pela embaixada brasileira, por críticos de arte e concedi entrevista para a TV local, o que foi muito legal! Tudo isso me motivou a querer viajar para fora para expor. A minha arte lá fez mais sentido do que no Brasil, porque como ela tem esse estilo mais agressivo e bem underground, ela é mais voltada para o alternativo e fora do Brasil isso é muito forte e latente.
SA: Quais são as expectativas daqui pra frente?
X: Tenho um convite para uma individual na Finlândia, uma individual no Japão e tenho conversado sobre uma exposição menor na França, então o meu futuro parece ser expor bastante fora do Brasil. Do mesmo jeito em que eu sempre estive envolvido com outros artistas, eu pretendo levar alguns deles junto comigo, alguns amigos, músicos que vão me acompanhando nessa jornada.
Serviço
A exposição acontece nesse sábado (16), das 21h às 2h, no Espaço Soul Art.
Show Eterno & Bufalo pós abertura-expo.
Saiba mais sobre o xilip em: xilip.tumblr.com
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