CORRA, LOLA, CORRA. Neste filme velocíssimo: 1h21, o diretor Tom Tykwer propõe um desafio à protagonista Lola: frenética, ruiva, franca, potente, histérica ou silenciosa, ela terá 20 minutos para impedir que o namorado, aspirante a gangster, recupere 10.000 marcos perdidos no metrô, antes de cometer a besteira de assaltar um mercado para devolver o dinheiro ao seu chefe assassino. Lola corre, literalmente em disparada, contra o tempo. As opções: impedi-lo; arranjar-lhe dinheiro com seu pai ou jogando. A história é contada três vezes, seu destino e daqueles que cruzam seu caminho (narrado em flashes fotográficos) muda a cada esbarrão. Falsamente superficial, essa obra-prima pop tem como tema tempo, acaso, destino.
Por isso, no filme, tudo são signos de velocidade: carros, bicicletas, ambulâncias, metrôs, aviões, relógios, roletas, tartarugas, telefones, armas que disparam. Lola morre e renasce, como num game (por isso ciente das falhas), para tentar novos caminhos. Em determinado momento, aposta num cassino (a roleta é materialização da velocidade, da roda da fortuna) e vence no grito, espatifando vidros, espelhos. Brilhante exame sobre tempo e ritmo da montagem, sua linguagem contamina-se do tema: mescla giros, cortes abruptos de videoclipe, flashbacks, ações paralelas, telas divididas, câmera lenta, animações. Assistiu? Corra!
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