Experimentar falta de paciência, no caminho a ti. Ah cheguei! E dentro de ti, que os deuses me banhem com tua água paciência. Acenda-se o fogo, lume nosso roubado do céu no chão! Sim, um presente que doamos e recebemos, terra galáctica, regaço aguilhão. Com vendas de cabelos desalinhados, nariz entupido só de ti, toda lasciva. Não há tempo de prosa, olhos libertados, estava sequioso até teu frêmito, vida diva. Aljava do cupido vazia, mordo inteira tua lasciva, onde teu amor me chama.
Na luz, teu corpo quero, lua da luz: resplandece obscura, beleza misteriosa, lugar nenhum dos deuses serem. Mais que adentro, faz-me retornar a ti como nunca antes. Não protegerei teus ímpetos de mim. Atiçá-los-ei e jorrarás tua saliva por entre as pernas, e matas mais minha sede. Como lágrimas, únicos amores pra fora! Choverás, façamos chover, o céu não tem este poder. Banhas o chão que estamos e as baratas não se aproximam, elas odeiam chão molhado, eu amo tua terra úmida, mergulhar em ti profundamente. Teus cabelos se desalinham, assim como teus olhos, perdidos no céu cegos. Pois, acabo de entrar em tua terra, como a mão agarrada na tua nuca. Cavo-te, para enterrar-te em ti mesmo. Com minha terra, minha luta, o que seria do meu prazer se não fosse o teu prazer!
Tato, teu gosto e gemido pleno não há. Lugar nenhum os sentidos são um, nu. Tua nudez é pérfida ao meu juízo. Tocas meu coração, surdo coração: escutas um só som. Como os criadores de canção, eles não escutam os instrumentos separados, mas o mais derradeiro, a música final.
Teu corpo, lua da luz. Luz da lua, horizontes?
Fotografia: Hudson Rodrigues | Texto: Luan Magustero
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