Com o intuito de promover seu cd, ganhar likes e vender para porra, a cantora (sic) Clarice Falcão lançou um clipe de uma música (ruim) mostrando os órgão genitais de meninos e meninas, depilados, pentelhudos, enfeitados com glitter, geléca e tinta. Ok. Quem viu p. e b., já sabe como é e como funciona, conteúdo básico de livro escolar de Biologia. Mas isso causou furor na internet, e eu gosto de tentar entender tudo que causa furor na internet.
O furor está no fato de estarmos diante de uma “geração” aparentemente moderninha, mas que é conservadora, provinciana e infantilizada, por que desde sempre hiperprotegida por pais que – tendo terceirizado a educação para escola – nos poucos momentos que tiveram com seus rebentos fizeram questão de dar-lhes tudo que queriam, agir como amiguinhos e não como pais/educadores, e superprotegê-los não é para além da idade adulta. O resultado: bananas.
Acabei de ler um post de uma bloggeira/jornalista/youtuber que “denunciou” ter ficado desconfortável com as cantadas de Vin Disel em uma entrevista. Essa mulher adulta (mulheres lutaram para exercer essa profissão!) não está preparada para dar uma “cortada” num cara que a assedia, enterrar o assunto e seguir com a vida? Estava com medo de ser estuprada com câmera, equipe? Traumatizada por conta de uma cantada? Em que mundo essa mulher vive?
Confundir nudez e sexo é uma bobagem. Quem se choca com palavrões, gente pelada, ou expressa pudor diante de paus, bundas e bocetas não entrou ainda no mundo adulto. E esse moralismo tolo e essa infantilização generalizada é que faz um clipe desses bombar. Qualquer banheira do Gugu, Tiazinha, Feiticeira ou a câmera ginecológica que penetrava a Carla Peres às 15h da tarde na Globo ou no SBT tinham mais sexo que esse clipe. Melhor superar e não dar IBOP para essa tolice que é a música de Clarice Falcão. Agora, que a publicação do clipe cumpriu uma outra função, a de tirar do armário o pudor pueril, o moralismo vagabundo de gente que faz do Pornotube o site mais acessado no Brasil, e que ainda por cima se acha pós-tudo, isso nem Clarice poderia imaginar.
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