“Quando o Sabotage morreu, recebi ainda no hospital várias ligações da imprensa – a Globo ligou perguntando quem era Sabotage pois eles não sabiam e queria dar a notícia (e ouviram um sonoro “vão tomar no meio dos seus cus”). Saiu em todos os grandes jornais, mas somente no caderno policial, como se a tragédia não tivesse sido com um grande artista. Durante o enterro, emissoras de TV tiveram seus carros virados pela multidão e foram obrigados a fazer a inoportuna cobertura por helicóptero. Revistas que nunca tinham feito entrevistas com ele o colocaram na capa. Confesso que todos esses absurdos potencializaram meu desgosto pelo jornalismo inescrupuloso que impera no Brasil e sempre achei que essas abordagens sem relevância são como um câncer para a produção cultural brasileira.”
Daniel Ganjaman (músico e produtor musical)
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