A ninguém é mistério as diversas facetas da música brasileira. Mas talvez, aos meus ouvidos, há tempos não chegavam coisas novas que mexessem comigo. Sim, aquela canção em que eu me reconhecesse ou saísse suspirando por ai.

Porém, sempre guardado em meio aos meus arquivos esteve o cd Canções para Embalar Marujos, do Renato Godá. Um amigo havia me indicado este cara há muitos anos. No dia não dei muita atenção, ouvi algumas vezes e deixei lá, quietinho entre os mais diversos plays que baixo por ai.

De uns meses para cá, sem mais nem menos, voltei a colocar Godá em minha playlist. Passei a me atentar a cada letra, a cada melodia – muito bem trabalhadas – e ir atrás para saber quem era aquele homem de voz sedutora, cantando músicas em que me faziam imaginar o perfeito canalha romântico.

Renato é um músico completo com uma banda completa. Não entrarei nos pormenores dos nomes que o influenciaram, e sim na identidade que atingiu como artista.

Na última sexta-feira, dia 15, estive presente no último show de sua tour, no Sesc Vila Mariana. Auditório pequeno, ótimo para quem estava sentada na terceira fileira. Assim que as luzes foram amenizadas e a performance começou, percebi que além de um cantor, ali teríamos um cara com alma teatral.

Renato Godá

O marujo cafajeste dividia o palco com os músicos Angelo Kanaan (bateria), Eron Guarnieri (piano e acordeon), Renato Galozzi (guitarra e violão), Sergio Bartolo (baixo) e Emerson Villani (guitarra), contando com a participação de Tiquinho (trombone) e de Guilherme Monteiro (guitarra).

Desde a primeira música, em frente ao público estava aquele personagem do mundo paralelo de Godá: O boêmio com aroma de Bourbon e aura de fumaça de cigarros, o pecador confesso.

A intensidade dada às canções – e tenho que admitir que ao vivo é muito melhor do que no CD – tocava os apaixonados sonhadores e os apaixonantes livres.

O mix de sonoridades, remetendo ao jazz, ao folk, à música francesa e muitas doses da brasilidade dos integrantes, só reforçam a definição dada por Renato: “O beijo da boca do lixo na boca do luxo”.

Mesmo para quem se faça de coração gelado ou se enquadre no perfil de “bom moço”, aconselho a dar uma chance e ouvir esta maestria. E surpreenda-se ao saber que o disco foi gravado em dois dias, ao vivo. Errou, errou. E o acerto foi em cheio!

Renato Godá

Para fazer o dowload, é só clicar aqui.

 

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