Há exatos 105 anos nascia Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón. Uma mulher apaixonada, revolucionária e autêntica. A pintora mexicana é conhecida por suas obras de estilo único, carregadas de um sentimento nacionalista, mas notavelmente marcadas por sua história pessoal de dores físicas e conflitos afetivos, além da busca pela liberdade.

Aos 15 anos, Frida superou a poliomielite, conhecida como paralisia infantil. Logo aos 18, sofreu um grave acidente: o bonde em que estava colidiu com um trem, o que causou a quebra de vários ossos e a perfuração de seu corpo pelas ferragens, a deixando na cama por anos. Foi nesta época que seus primeiros trabalhos começaram a ser produzidos –  já que antes ela não se interessava tanto pelas artes, mas foi por elas que começou a expressar seu cotidiano caótico.

 

Aos 21 anos, quando entrou no Partido Comunista Mexicano, conheceu Diego Rivera, um pintor muralista renomado e anos mais velho do que ela, com quem se casou. Foi a influencia do marido que a ajudou a formar sua personalidade política e artística, valorizando a cultura mexicana. Apesar da paixão vivida, o relacionamento era problemático e regado a brigas e violência. Além disso, Rivera teve um caso com a irmã mais nova de Frida, com quem teve seis filhos.

Além do muralista, Kahlo se relacionou com Leon Trótski, mas em pouco tempo o romance acabou e ela se casou novamente com Diego.

O círculo social de seu marido trouxe grandes influências em seu trabalho. Nomes como Andre Breton, Henry Ford, Marcel Duchamp e Dolores del Rio fizeram parte de seu cotidiano. Mas além das referências políticas e estéticas, o seu sofrimento com o corpo e as inúmeras cirurgias pelas quais passou são temas constantes de suas obras.  

Sua arte já foi denominada como Surrealista, porém a artista rebateu o rótulo com a frase “Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.” Sua obra conta com aproximadamente 200 telas, pouco em números porém com grande notoriedade. São pinturas que refletem suas perturbações a paixões internas, também remetendo ao tema da morte, na época em que entrou em depressão – quando ficou presa à cama mais uma vez.

Frida foi encontrada morta em sua cama em 1954, com suspeita de suicídio. Infeliz com sua falta de liberdade causada por seus problemas físicos e a impossibilidade de ter um filho – ela não conseguia levar uma gestação até o final por causa das sequelas causadas pelo acidente – a pintora já tinha tentado suicídio diversas vezes. “Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar”, era o que dizia a última anotação em seu diário.

 

Para comemorar seu 105º aniversário, vou listar algumas obras que retratam a vida desse ícone das artes e exemplo de força e coragem. Vamos lá:

 

 

A paixão de Frida por Diego Rivera foi registrada por cartas trocada por eles ao longo dos anos. O livro “Cartas Apaixonadas de Frida” reuniu esses registros, porém a edição está fora de catálogo. Mas para dar um gostinho a vocês, algumas cartas digitalizadas podem ser conferidas aqui. 

Outro livro interessante é o “Frida: Suas fotos”, que conta com cerca de 400 fotografias, guardadas após sua morte e descobertas cinquenta anos depois. Nelas há registros de encontros com importantes figuras, como Breton, Duchamp, Henry Ford e Trótski.

Já o livro “Frida”, de Johna Winter, trás a biografia da infância e adolescência da pintora, repletos de ilustrações de Ana Juan, ilustradora do “The New Yorker”. E o livro “Frida – A Biografia”,  que chegou ao Brasil 30 anos após lançado nos EUA, esmiúça a vida da pintora por meio de entrevistas e do acesso que a autora (Hayden Herrera) teve ao diário e cartas de Kahlo, trazendo ao leitor episódios aprofundados.

E para quem gosta de um bom filme, “Frida”, baseado na biografia de Haydem Herrera, é uma boa pedida. Estrelado por Salma Hayek, o longa hollywoodiano retrata o frisson em torno dos últimos anos da artista.

Já na música, o CD Viva la Vida or Death and All His Friends do Coldplay teve o título retirado do nome de uma das obras da pintora.

 

E vocês, o que indicam para comemorar esse aniversário?

 

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