Tetine é uma banda paulistana nascida na metade da década de 90. Com mais de 15 anos de estrada, o duo formado por Bruno Verner e Eliete Mejorado foi responsável, entre outras coisas, pela incursão do funk carioca em Londres. Com parcerias de destaque como a escritora francesa Sophia Calle, a dupla não deixa de lado a verve artística e se apresenta das mais variadas formas: vídeo, áudio, instalação, texto e o que vier pela frente.
Prestes a lançar um novo álbum, o Tetine passou por Milão na última quarta-feira para participar de um festival de arte e música no mais importante museu de arte contemporânea da cidade, o Triennale di Milano, onde fez um show energético com um apanhado musical da carreira e botaram os gringos para dançar. A SOUL ART esteve no evento e fez a entrevista exclusiva que você confere agora!
SOUL ART: Vamos começar pegando pesado: o Tetine tem quase 17 anos de carreira, como a banda se sente hoje?
Eliete: Madura! A Gal Costa diz que é uma fruta gogóia. Eu também, eu tô me sentindo uma fruta gogóia. Acho que hoje me sinto madura.
O que é o Tetine hoje artisticamente depois de passar por tantas fases: arte, vídeo arte, funk, parcerias? Qual é do Tetine de hoje?
Bruno: Acho que a gente tá numa fase bem interessante. A gente já foi e já voltou e você olha para as coisas de fora com olhos menos ingênuos. Acho que isso tá sendo bem legal pra gente. Ainda colaborando com bastante gente, fazendo nosso trabalho de música eletrônica, trabalho de arte, juntando as coisas. Estamos nos revendo, chegando em pontos que a gente teve há 10, 15 anos atrás e, ao mesmo tempo, fazendo isso com mais confiança.
Eliete: O Tetine é uma adolescente, que fica atrás de mim falando: “É isso! É isso!”, e, ao mesmo tempo, tem toda a loucura de um adolescente. Depois de 17 anos, você fala “E agora?”. Aí, você fala: “Nossa, tem muita coisa pra fazer ainda”. Já vai ganhar maioridade, as vezes ele é bem pentelha, as vezes ela é maravilhosa.
Vocês estão em Londres desde 2000. Como a imagem do Brasil e o espaço para artistas mudaram nesses 12 anos?
Bruno: Mudou muito. Quando a gente foi morar em Londres, não foi uma coisa planejada. Fomos fazer uma residência artística de 9 meses e, depois, decidimos ficar. Gravamos um disco, fizemos parceria com a Sophia Calle, fizemos tour e fomos conhecendo novas pessoas, se inteirando com a cena da cidade. No começo, o Brasil tinha uma imagem ainda muito exótica. A primeira performance que a gente fez em Londres foi no Barbican (o maior espaço para arte e música da Europa), dentro de um festival brasileiro que ocupava o lugar inteiro. Foi engraçado, pois já tínhamos um trabalho experimental. Então, éramos a menor atração do festival, que tinha Bebel Gilberto e essa cena “Bossa Nova eletrônica”, era o “Brasil Chic”.
Eliete: E ainda tinha aquela coisa quando você falava que era Brasileiro falavam “Ah, Bossa Nova, samba!” ao mesmo tempo achavam que você podia ser uma prostituta. O Brasil era muito distante ainda, hoje você fala que é brasileiro e isso é um “plus”.
Como vocês veem a convergência de mídias hoje e as transformações que ocorrem na arte e na música?
Bruno: Fazemos do mesmo jeito até hoje. Usamos texto, música, vídeo, o nosso corpo, teoria, juntamos tudo e criamos alguma coisa. Mas a tecnologia pela tecnologia nunca foi importante, a ideia e como conceber essa ideia é mais importante. Na verdade, acho que o que a gente queria fazer mesmo é cinema! Mas um cinema torto!
Eliete: A gente erra muito e gostamos do que dá errado. Eu me irrito quando eu vejo uma coisa que acho que é a tecnologia pela tecnologia. Quando vejo uma coisa e falo: “Que lindo, que puro, que fashion!”, se não tem uma “doencinha”, se não tá um pouco errado, para mim, não serve. Para mexer comigo tem de ter algum vírus.
E quais são os planos para o futuro do Tetine?
Eliete: Começamos pelo fim na nossa carreira, éramos superexperimental. Aí, a gente foi o mais pop que podíamos ser. Agora, estamos retomando o nosso início: bem experimental.
Bruno: Estamos produzindo um disco novo, que deve sair em outubro, com o nome provisório In Loveland with You. É um disco bem poético, muita letra, muito texto, muita loucura, mas, ao mesmo tempo, muito sentido. Já temos 10 músicas lapidadas e prontas.
Quando é o próximo show no Brasil?
Bruno: Tocamos dia 13 de junho no SESC Santo Amaro, e vamos ficar na cidade por uns 20 dias.
Vá se preparando para o show com o clipe de Tropical Punk:
Ingressos para o show do dia 13/6 à venda em qualquer unidade do SESC:
R$ 20,00 [inteira]
R$ 10,00 [usuário inscrito no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante]
R$ 5,00 [trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no SESC e dependentes]
Para mais informações sobre a banda, visite:
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