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Dentre os 704 mil e poucos habitantes de Santo André, eis que surge uma das pessoas mais talentosas que já conheci: Léo Araújo aka Neguim, escritor de graffiti, sonhador e o responsável pela invasão dos amigos primatas nos muros da cidade. Inteligentes e cheios de energia, não poderia ser por menos a escolha do macaco como personagem principal. A intervenção começou em 2014 e não para por aí.

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Pode ser intencional ou não, mas a maior genialidade está no mix de cores presente nos desenhos. Sabe-se que o cérebro assimila muito mais que a pigmentação, ele as relaciona com diferentes tipos de sensações. A mistura de cores quentes, como vermelho e laranja, que, segundo a ciência, provoca energia e excitação, com cores frias, como violeta e verde, relacionadas à calmaria e tranquilidade, transmitem a ideia de uma vida agitada com momentos de pacatez. Qual paulista não vive assim?

Outro ponto a ressaltar é a intenção do artista de levar para o muro o mundo lúdico dos desenhos animados. Ele conta que o objetivo é apresentar a vida como ele tenta levar: “leve e colorida”. Sou suspeita para falar, porque além de talentoso, Neguim ilumina tudo por aqui com aquele sorriso que parece caber um mundo inteiro. Enjoy!

Macacolândia - Léu Araujo

Salve Léo! Conta pra gente, quando e como você começou a grafitar?
Meu primeiro contato com o grafitti foi em 1996 na escola onde eu estudava. Lá o AVCrew é quem fazia os murais. Mas fui ter condições de pintar só em 2006 e desde então nunca mais parei.

O que o grafitti representa na sua vida, tenta passar alguma mensagem por meio dos seus traços?
O graffiti na minha vida representa a resistência por tudo que passei e hoje é um meio onde vivo e que me faz acreditar em dias melhores. Procuro alegrar e colorir as ruas por onde passo, criar um mundo através das cores.

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Tem algum artista que te inspira?
Minha influência vem vários artistas, muitos dos quais eu admiro, como Chor, Does, Setor 3, Traços, Ciro, B47 e Kaaone Nitros.

O que a gente encontra no seu grafitti?
Uso spray e tinta látex para colorir os muros com o mundo imaginário que o desenho animado traz. Quanto ao meu personagem, ele me encontrou. Nunca pensei em desenhar macacos, isso foi acontecendo, admiro os macacos por sua inteligência e assim fui me dando bem com eles.

No final de 2015, você fez uma viagem para o México e pintou bastante por lá. Conta para nós como foi essa vivência.
O México é sensacional!. Não só por sua história e cultura muito rica mais também pelo graffiti. A arte lá é muito voltada para a cultura e a história do próprio pais. Participei de um evento mundial de graffiti, Meeting of Styles, onde fiz amizade com grafiteiros do mundo todo. Foi muito importante essa troca de vivências.

Como os mexicanos receberam a sua arte e como foi pintar por lá?
Os mexicanos são pessoas muito receptivas e pelo que vivenciei, eles gostam bastante dos brasileiros e tem uma grande admiração por nossa arte. Pintar la foi muito satisfatório, só tenho o que agradecer.

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E para 2016, o que podemos esperar?
Aguardem! Ré Réééééé!

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