Com toda certeza Ludwig van Beethoven (1770-1827) é um dos nomes mais respeitados e influentes da história mundial da música. Mas ao passar dos anos, o compositor alemão do período de transição entre o Classicismo e o Romantismo, começou a sofrer de um problema de surdez que na época foi diagnosticado como congestão dos centros auditivos internos. Aos 46 anos de idade (1816), Beethoven ficou praticamente surdo. Mas isso não o impediu de compor. Em 1824, mesmo surdo, o grande gênio compôs sua tão famosa 9° sinfonia.
Ali perto, em Paris, 35 anos mais tarde, Oscar-Claude Monet estudava pintura e desenvolveu junto a Pierre-Auguste Renoir, Frédéric Bazille e Alfred Sisley, uma técnica de pintar o efeito das luzes rápidas com pinceladas, dando origem ao impressionismo. Assim como Beethoven, Monet no final de sua vida sofreu de uma doença que afetou sua ferramente de trabalho. Monet passava muitas horas exposto ao sol, devido ao fato de gostar de pintar ao ar livre e assim se desenvolveu uma patologia em seus olhos que consiste na opacidade parcial ou total do cristalino ou de sua cápsula, conhecida popularmente como catarata. Mas mesmo doente dos olhos, com sua ferramenta de trabalho totalmente danificada, Monet não desistiu de pintar, nessa época usou cores mais fortes em uma tentativa de intensificar seus traços.
Claude Monet – Mountains at l’Esterel
Sejam ironias do destino ou ossos do ofício, é curioso demais saber que Beethoven ficou surdo e que Monet ficou cego, mas a persistência e dedicação de cada um deles, junto a satisfação angustiante de viver por um propósito, fizeram deles grandes almas artífices, gênios eternamente apaixonados pelo prazer de criar e transmitir sonhos, expressados através de sua arte.
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