Meet me at the bar

Cinemagraph é uma foto, que contém um momento vivo e permite uma viagem no tempo, preservada para sempre. É assim que o artista gráfico Kevin Burg e a fotógrafa Jamie Beck descrevem seu experimento que já se transformou em uma nova forma de arte e está sendo popularizado com aplicativos como o cinemagram.

Top of The Rock

Kevin Burg é do Kansas e possuí background como artista plástico e gráfico. Kevin foi atraído pelas possibilidades que a tecnologia podia trazer à arte, como animações em 3-D. Em 2009, o também designer gráfico, começou a experimentar com o formato .gif, mas foi quando ele se juntou à fotógrafa texana Jamie Beck para cobrir a semana de moda de Nova York que a cinemagraph nasceu. O processo não é complicado: Jamie faz as fotos de alta qualidade e com conteúdo original e Kevin insere a ação única através da animação de frames isolados.

Anna sees everything

O nome “Cinemagraph” foi escolhido, pois o processo combina a qualidade do cinema com os princípios da fotografia tradicional. Não é um vídeo, mas certamente é mais do que uma simples foto.

A arte foi lançada com efeito viral através das mídias sociais. Em 2009, Jamie criou o tumblr From Me To You, em que compartilha suas fotos e cinemagraphs. Hoje, um dos blogs de fotografia mais influentes do tumblr.


Confira a entrevista logo abaixo:

SOUL ART: Por que cinemagraphs?
Kevin e Jamie: Cinemagraphs capturam uma parte delicada da vida e o momento fugaz do tempo, o batimento cardíaco da cidade ou a respiração de uma pessoa. (…) Uma imagem diz muito, mas uma cinemagraph o leva até lá.

Quais são os tipos de câmeras e lentes que vocês usam?
Canon 5D Mark II, Canon 1D Mark IV, 50mm 1.4, 85mm 1.8, 24mm-105mm. Também estamos experimentando com a RED e a linha Phantom para projetos futuros.

Quais são os softwares que você usa para a pós-produção?
Adobe Photoshop e Adobe After Effects.

Como vocês decidem que parte será animada?
A decisão é baseada naquilo que queremos comunicar. Ao congelar certos elementos e animar outros, é possível chamar atenção para algo específico, criar um manifesto, uma ideia ou um retrato sobre certo tema.

Qual é o principal potenciam de uma cinemagraph?
Com a mudança do impresso para o digital, haverá muitas oportunidades para mostrar conteúdo original. Qualquer tipo de publicação digital pode ser beneficiada por esse tipo de arte. Como artistas, podemos vê-la até mesmo em galerias de arte ou residências particulares.

Como seria a cinemagraph em galerias de arte?
Estamos muito interessados em novas tecnolagias que possam minimizar a aparência da tela LCD e tratar as cinemagraphs de uma forma mais tradicional como a fotografia. Esperamos que a tecnologia possa criar telas tão finas quanto o papel e capazes de ter diferentes tamanhos. Isso é algo que buscamos intensamente.

Quais são suas cinemagraphs favoritas?
Burg: Eu gosto da imagem Top of the Rock, pois lhe causa uma verdadeira sensação da altura e do tamanho da cidade, e como ela pode fazer você se sentir pequeno, mas, ao mesmo tempo, o compele de uma forma que somente Nova York consegue. Esta imagem retrata muito da cidade: a escala da cidade vs. a pequena dimensão da pessoa, e o vento em suas costas simboliza a energia da cidade.

Beck: A melhor ainda está por vir.

Quais são seus próximos projetos e o que gostariam de fazer?
Um dos nossos projetos dos sonhos é fotografar atletas de forma jornalística para as Olimpíadas, trabalhos documentando a vida nas metrópoles como Nova York e Paris, um ensaio sobre o balé de Nova York, e estamos experimentando uma ideia baseada em “retratos-vivos”. Acreditamos que a cinemagraph permite que tudo no mundo seja refotografado e recomunicado. Estamos ansiosos por tudo que virá e todas as histórias que teremos a sorte de compartilhar com vocês.

Para mais informação, visite Cinemagraphs.

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