Não precisa de convite para entrar, a festa mais espetacular do ano já começou. O passe é livre, a bebida é grátis, e a trilha sonora está garantida por Craig Armstrong e Jay-Z. Tome cuidado ao pular na piscina, pois pode ser atacado pela zebra de plástico, ou pelas moças de maiô do século passado. Cansou? Mas ainda nem começou, pois a convidada de honra nunca chegou e os fogos de artifício ainda nem estouraram.
Bem vindo à mais badalada party de NYC dos anos de 1920. O anfitrião, Sr. Gatsby faria questão de te recepcionar se não estivesse tão ocupado com um telefonema de Chicago, ou Vegas, ou seria Los Angeles?
O grande Gatsby (2013), dirigido por Baz Luhrmann, é a nova adaptação para cinema do livro homônimo de F. Scott Fitzgerald, com as velhas crises sociais e morais dos anos de 1920. Uma explosão de sensações permeia toda a trama narrada por Nick Carraway (Tobey Maguire), um investidor de ações com fixação sobre a possível verdade da história por traz de seu misterioso vizinho, Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio).
“Não é possível repetir o passado” é aquele velho ditado, mas não para Jay Gatsby. Um homem que planeja um encontro há quase dez décadas com sua eterna amada Daisy Buchnan (Carey Mulligan) acredita que desta vez, ao construir seu palacete, ao mudar toda uma estrutura, ao dar a melhor festa, ganhar mais honras do exército, ou ser um homem de terninho cor-de-rosa que cria essa figura quase mítica de toda Nova York, agora sim poderá viver seu grande romance.
O cenário do filme é digno de uma produção hollywoodiana, e ilustra muito bem o ápice da sociedade norte americana antes da crise de 1929. Se por um lado temos a prosperidade de um país em ebulição, uma cultura e costumes que tiveram mais liberdade, o surgimento do movimento surrealista, as comédias cinematográficas, as bolsas de valores em alta e todos os caprichos inimagináveis dos novos ricos, por outro temos um quadro de extrema futilidade, materialismo, vícios, e falta de moral. Pela voz de Nick, Luhrmann revive o clima de festa que criou em Moulin Rouge – Amor em Vermelho (2001) e agora recria o “sonho americano” das superficialidades que a sociedade via como glamour.
Diferentemente da ótica dada por Jack Clayton, na versão anterior para o cinema de O Grande Gatsby (1974) com roteiro de Francis Ford Coppola, onde nos apresenta um belo Robert Redford no papel de Gatsby em uma casa com festas mais clássicas ao ar de jazz, Luhrmann recriou um mundo completamente excêntrico durante as festas dadas pelo misterioso personagem. Os exageros das imagens, o excesso de clouse ups, o jazz que foi substituído por músicas do Jay-Z encaixam-se perfeitamente nas crises sociais, nas insatisfações pessoais e na individualidade humana que permeiam grande parte da sociedade atual.
Um clássico da literatura cinematografado mais uma vez. Um novo filme, com os mesmos dramas. Será que depois de tantos anos finalmente a Srta. Daisy vai cair nos braços do Sr. Gatsby e entrar para A festa mais badalada e misteriosa do ano?
O Grande Gatsby
Quando? Em exibição nos cinemas
Onde? Verifique sua cidade
Quanto? Preços variados (inteira e meia)
http://www.ograndegatsby.com.br/
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