“Ela não está contando histórias, ela está em encantamento e transe” – New York Times

Josy Fortino é Tiny Vipers. Americana de Seattle e com atuais 29 anos de idade. Assina seus discos pela lendária Sub Pop Records (Nirvana, Mudhoney, Iron and Wine, etc.) e entre EP’s, tem dois discos lançados: Hands Across the Void de 2007 e Life on Earth de 2009.

Desta vez, escreverei pouco. Deixarei as vozes exprimirem suas impressões sobre a música de senhorita Fortino (como ela também), nestes sons que invadem todos os espaços do coração vazio como uma névoa confortante. Hipnotizando-nos.

A sua misteriosa Seattle, sua inspiração:
“Há tanto mistério, especialmente naquelas madeiras escuras. Quando você tem esta cidade e está rodeado por aquelas montanhas escuras e você realmente se sente confinado à cidade e as pessoas de lá, ela faz você se sentir estranho. Eu sempre imagino os bosques olhando para baixo, sobre o que está acontecendo. Especialmente à noite, onde a leve sombra das grandes montanhas negras no céu mantém uma presença constante de outra coisa além das pessoas”. Jesy Fortino – The Seattle Times

O mistério infinito e questionador:
“Eu gosto de mistérios, algo que você não pode ver, você não consegue entender, algo distante, que implica muito espaço. Como ‘Twin Peaks’. É uma história de mistério simples, mas não há infinito em torno da trama, porque você não sabe quem fez isso. Eu adoro. Acho que é perfeito”. Jesy Fortino – The Seattle Times

A beleza é um ritual cuidadoso:
“Você ouve a voz de um vibrato, como em Neil Young, uma idiossincrática deglutição e abertura de vogais, uma linda reverberação. De seu violão, há uma colheita cuidadosa e lenta de arpejos dos acordes. Esta parece ser música para um ritual, ou vinda de algum”. The New York Times

Os sentimentos, ali estão:
“…No entanto, apesar das preocupações líricas e o senso inflexível de ausência, essa visão não é necessariamente sombria. Solene? Claro. Grave? Às vezes. Mas Fortino continua a ser uma presença constante e estranhamente reconfortante no todo. Ela não está lamentando seus infortúnios, nem se deixa arrastar por eles, mas sim, inspeciona-lhes e relaciona-lhes, quase sempre com uma certa austeridade, removendo-lhes. Só muito ocasionalmente é que ela quebra a forma e deixa a emoção por trás de palavras soltas, e quando ela faz, a intensidade é arrepiante”. Matthew Solarski – Pitchfork

A encantadora a ser ouvida:
“…mas Fortino é apenas um daqueles raros cantores-compositores tão completamente ela mesma que pode arrebatar você por muito, muito pouco”. August Brown – Los Angeles Times

Tiny Vipers é uma força da natureza evocada em forma de música. Na discreta garota o mundo se reconstrói pelas frestas dos sentimentos. Não há críticas negativas ao seu trabalho. Realmente é um prazer raro ouvi-la; música do tempo, da ausência, da existência. Questiono-me sobre a razão pela qual as pessoas vivem afastadas de uma arte como a dela. Prefiro o mistério da natureza infinita a obviedade do concreto.

(Hands Across the Void, 2007)

(Life on Earth, 2009)

Nível de esquisitice: Perfeito.

Imagem: E Gaia resolveu cantar.

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