Sexta-feira passada estava tomando cerveja com um amigo, jogando conversa fora. Conversa que quase sempre sobre música. Tema que praticamente parei de escrever sobre, porque cansei de criticar – e de não fazer. Então melhor não escrever. E no meio de nossas frases feitas ele soltou algo como “o indie virou uma repetição, assim como aconteceu com as bandas punks”. Devo explicar que ele não se referia à base “repetição”? Bom, eu concordo. Quem é que aguenta escutar essa terrível subversão que aconteceu com a música alternativa? Digo, no sentido desse rótulo contraditório que colocaram em bandas (pode fazer sua própria lista) que nada mais são do que (pode preencher aqui também). Mas ainda bem que tem pra onde fugir (geralmente pro passado, mas fazer o quê?).
E nessa minha viagem – bem distante das bandas novas, na caverna remota em que eu estava escondida, me chegou a notícia de que o sueco mais romântico do mundo, Jens Lekman, iria lançar um disco novo em setembro desse ano, o I Know What Love Isn’t. Deixei todo mimimi de lado pra escutar as músicas que ao contrário do que falam, não tem açúcar como ingrediente principal de sua fórmula, e sim, coragem.
O disco começa e termina com a faixa Every Little Hair Knows Your Name. Primeiro em solo de piano, depois voz e violão. Uma ordem já vista, por exemplo, em Storytelling, do Belle and Sebastian, né? A música seguinte responde — já no nome — o porquê dos menos bem humorados chamarem Jens de brega (e eu de corajoso) Erica America, violão dedilhado, backing vocals celestiais, promessas vazias. O disco flui com bases simples, letras melosas, mais pianinho e xilofone, menos metais – dá aquela saudade dos trompetes de You Are the Light (By Which I Travel Into This and That) e Happy Birthday, Dear Friend Lisa, dos bandolins… é um disco mais cru, que aparenta levar mais em conta a qualidade de sua produção… mais gente grande, à sua maneira.
Beirando ao fim, depois de tantas decepções e corações partidos, Jens assume The End of the World Is Bigger Than Love e I Know What Love Isn’t (que já tem clipe, olha aqui embaixo), duas faixas “grandes” do disco, se deixe levar.
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