The Servant conta a história do jovem casal Dorothy (Lauren Ambrose) e Sean Turner (Toby Kebbell), que contratam Leanne (Nell Tiger Free) para ser a babá de seu filho recém-nascido. Mas, com o passar do tempo, fica explícito que nada é realmente o que parece.


The Servant conta a história de um casal classe média alta da Filadélfia, Sean Turner (sofisticado chef de cozinha que trabalha em casa) e sua esposa Leanne (jornalista âncora de televisão), que está de luto depois que uma tragédia. Jericho, seu bebê recém-nascido, terminou morto.  Apesar disso, uma babá (ou cuidadora), é contratada para cuidar da mãe em resguardo e do bebê (sic).

Explico: traumatizada, o bebê Jericho foi substituído por um boneco realista, a conselho de uma terapeuta alternativa, já que Dorothy – em choque, tinha ficado catatônica. Após a chegada do boneco, Dorothy voltou a interagir com o marido, irmão e terapeuta, contudo, presa numa fantasia passou a “enxergar” e tratar o boneco como se fosse uma criança real, por isso contratou, sem conhecimento do marido, uma babá.

Sean  aceita a farsa na esperança de que a esposa desperte da ilusão, contudo, a babá também passa a tratar o boneco como se fosse real. Estranha e cheia de rituais religiosos incomuns, a garota se torna uma presença estranhamente perturbadora, e quando o dono da casa decide demiti-la, no lugar do boneco, surge inesperadamente um bebê real.

Com alguns episódios dirigidos e pensados por M. Night Shyamalan, diretor irregular, mas que dirigiu e roteirizou sucessos como Sexto Sentido,  A Vila e Fragmentado, a série gira em torno de um drama familiar de enfrentamento do luto, contudo é filmada como um filme de horror. Por isso, apresenta todos os maneirismos do gênero e do estilo de Shyamalan: o tom inquietante e perturbador baseado em planos silenciosos, fotografia escura, a simetria de enquadramentos e travellings, trilha inquietante que sugestiona horror e mistério.

De início ele escamoteia como o bebê morreu, para depois em flashbacks ir entregando em pitadas todo horror que levou à morte do bebê, – que explica a perturbação de Dorothy, a anomia de Sean, a conivência e cumplicidade do cunhado e da terapeuta. Simultaneamente à revelação do passado, novo suspense vai se construindo sobre a origem da “babá”, seu comportamento hora retraído, inquietante, tão perturbador e insano quanto o do casal.

M. Light Shyamalan normalmente escreve seus próprios roteiros, diferente de  “Servant”, que é roteirizado pelo britânico Tony Basgallop (“24: Legacy”) . A primeira temporada flui muito bem, de modo tenso e profundamente instigante, mas já nos três primeiros episódios da segunda temporada ocorrem falhas na coerência interna da trama. A “suspensão da descrença” é tensionada de modo tal que o comportamento errático, estúpido e improvável de diversos personagens passe a irritar o espectador, desconectá-lo da trama e comprometer a fruição da história. Difícil crer que terá realmente fôlego para se segurar nos 60 episódios que Shyamaland diz ter planejado.

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