Em sua primeira individual, na galeria, o artista exibe o resultado de sua pesquisa em locais isolados e remotos, em pinturas e esculturas. Cada artista encontra sua própria “natureza” e faz dela o motivo da sua arte. Para David Magila, que expõe Frequentes Conclusões Falsas, sua primeira individual na Janaina Torres Galeria, com abertura em 29 de maio, a natureza é composta de paisagens suburbanas, clubes de campo fora de temporada, balneários de férias e outras paragens remotas e isoladas nas quais o artista faz seu trabalho de campo.
Nas oito pinturas e três esculturas que compõem a mostra, David Magila exibe o resultado de um trabalho que, partindo do desenho e em um estilo baseado em componentes gráficos, exibe os fragmentos de uma estética do esvaziamento e do abandono.
São cenários de precariedade, em que o elemento inacabado de seu tema se transfere para a própria forma da arte, seja nas pinturas, seja nas esculturas. Magila registra uma ausência – do elemento humano, por certo, mas também da ordem e da lógica que guia o acabamento.
Leia entrevista com David Magila aqui.
Cores vivas e melancolia
Apesar de cores vivas que irrompem nos trabalhos – como o salmão, o rosa e o verde -, uma certa melancolia está presente nas obras, acompanhando as marcas de uma arquitetura ordinária e predatória e a sensação de desmanche e fragilidade.
A unidade do conjunto é patente. Assim como a originalidade. Nas suas andanças, registrando os cenários com os quais se depara em anotações, recolhimento de objetos e fotografias, Magila busca o olhar “estrangeiro” à paisagem, o estranhamento.
“Quando vou para o ateliê, tento resgatar esse impulso”, diz o artista. “É como se pintasse algo que nunca fora visto e é daí que surgem ideias tanto da estrutura do trabalho como das cores que uso”.
Frequentes Conclusões Falsas, de David Magila
Abertura: 29 de maio, quarta-feira 19h às 22h
De 30 de maio a 13 de julho
Visitação: de segunda a sexta, das 10h às 19h e aos sábados, das 11h às 15h
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