O cinema constitui uma prática imagético-sonora, criada na modernidade como uma ferramenta que não se sabia ao certo quais proporções poderia alcançar. Não será a primeira nem última vez em que enfatizo que cinema antes de tudo é uma forma de discurso.
Um discurso com um tipo de arte própria construída por suas imagens, sendo que todas possuem uma referência de uma cultura e a intencionalidade do olhar de quem as monta e de quem as vê. Por isso, tanto as expressões faciais mais intensas, até os momentos de silêncio nos filmes, são formas do dizer, ou daquilo que quer ser mostrado ao espectador.
Desde a criação do cinematógrafo pelos irmãos Lumière por volta de 1895, a forma como vemos e interpretamos imagens nunca foi a mesma. O cinema teve uma reviravolta com a nova revolução nos anos 20, com a montagem soviética representada por Dziga Vertov e Sergei Eisenstein, que enxergaram o potencial do poder cinematográfico.
Poder na hora de criar discursos, mostrar intencionalidades, manipular seu espectador e te deixar com aquela dúvida de se É Tudo Verdade. Para os fãs do cinema documental, que aguardam ansiosamente pelo Festival Internacional de Documentários, agora é hora de sentar e começar a desconfiar.
Em sua 18ª edição, o Festival contempla as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Campinas. Trazendo ao público 82 documentários no âmbito nacional e internacional, com temas variados desde política até música.
Alguns dos destaques desse ano são: Cidade do Som, dirigido por Dave Grohl (sim, o vocalista do Foo Fighters), que conta a história verídica ou não, do estúdio Sound City. O documentário Cidade Cinza, dirigido por Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo, sobre OsGêmeos graffiteiros. O Quarto 237, uma obra para botar terror em qualquer um que quiser desvendar os mistérios ocultos de O Iluminado, de Stanley Kubrick. E Jango (1984), de Silvio Tendler, que nos propõe a refletir o cinquentenário do golpe militar de 1964.
A oportunidade mais aguardada, para realizar o sonho de muitos fãs do cinema russo, será uma retrospectiva homenageando o cineasta Dziga Vertov. Serão exibidos filmes de sua obra com as peliculas raríssimas que contêm os clássicos Um homem com uma câmera (Tchelovek s kinoapparatom, 1929), A sexta parte do mundo (1926) e Três Canções para Lênin (1934), entre tantos outros filmes que fizeram da carreira de Vertov um marco na história do cinema.
Portanto, cabe a você tentar adivinhar se há ou não uma encenação para as câmeras, se há uma intencionalidade do diretor em te dizer algo nas entrelinhas ou acreditar se é tudo verdade.
Quando?
São Paulo: 4 a 14 de Abril
Brasília: 16 a 21 de Abril
Rio de Janeiro: 5 a 14 de Abril
Campinas: 23 a 28 de Abril
Onde?
São Paulo: Cine Livraria Cultura, Reserva Cultural, Cinemateca, MIS e CCBB.
Brasília: CCBB Brasília
Rio de Janeiro: Cinépolis Lagoon, Auditório BNDS, Espaço Museu da República, CCBB RJ e Instituto Moreira Sales.
Campinas: CPFL Cultura
Quanto? Tudo que é bom é tem entrada FRANCA
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*Imagens retiradas do Google Imagens
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