Existem filmes que exibem o lado fantástico da vida, que criam personagens belos e poderosos, filmes com explosões catastróficas e até com cenas picantes. Porém, existem filmes, que não necessitam usar a mais alta tecnologia 3D ou excesso de maquiagem. Falo dos filmes de coração, aqueles visionados por diretores e interpretados por atores que, com apenas um olhar tímido, um beijo no rosto, uma boca banguela, ou em uma cena do cotidiano, tocam nossa sensibilidade no fundo de nossos homo sapiens sapiens cinefilus.
É por isso que a 7ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul nos encanta. A sensibilidade de cada personagem, no sorriso das crianças, nos beijos na chuva, no desabafo do segredos, nas canções ou numa simples caminhada pelo sertão. O homem, e não apenas os direitos do ser humano, é o tema central dessa mostra que visa, além da discussão política, abordar um personagem real e uma nova maneira de olhá-lo.
O objetivo da Mostra é estabelecer um diálogo com o povo brasileiro sobre seus direitos fundamentais. Por isso, falar de direitos humanos é falar da liberdade em discutir as questões de um país como o Brasil, rico em misturas e criador de culturas, para valorizar a diversidade e garantir o respeito de nosso povo.
Este ano, a Mostra está presente em 26 capitais + distrito federal e traz duas novidades: uma é o Cine Direitos Humanos na Rua e o Cine Direitos Humanos Itinerantes. Para muitas pessoas é rotineiro ir ao cinema quase toda semana, porém, há uma parcela grande de brasileiros, em idade adulta, que nunca frequentou uma sala de cinema. Por isso, a proposta do festival é popularizar e descentralizar as exibições dos filmes. Assim, convidando as pessoas a utilizarem o lugar público de uma forma nova e encantadora.
A Mostra tem parceria do Ministério da Cultura. Portanto, ela prioriza os direitos à educação e cultura. Dessa forma, procura criar uma nova experiência e incentivar o discurso a partir daqueles que se identificam com as histórias, pois os filmes retratam um povo real. Não será contada a história de um herói, e sim de um povo plural e cidadão.
O destaque desse ano é a homenagem ao cineasta Eduardo Coutinho. Quase aos 80 anos, é um dos mais importantes documentaristas do Brasil, cuja sensibilidade e capacidade de se identificar com o outro nos trouxe os clássicos Cabra Marcado para morrer, Peões e Edifício Master. Coutinho consegue transformar um simples peão em um mártir, um morador de lixão em artista ou simplesmente escutar o que moradores de um prédio tem a dizer sobre a vida. Ele nos mostra mais do que sua criação fílmica, e sim, que a simplicidade de qualquer brasileiro, de qualquer humanidade, não deixa de ser uma grande e importante história.
Quando? De 7 de novembro a 20 de dezembro
Onde? http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2012/
Quanto? GRÁTIS
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