Polícia agride jovens no Sarau da Consciência, em Santo André.
Dia 3 de Julho, de 2018. Terça-feira. 23:42. Assim começa o áudio que o Pedro Simples, organizador do Sarau da Consciência, nos enviou via WhatsApp, para contar como a polícia chegou nesse encontro: com chutes e cacetadas.
Ouça o áudio completo:
No áudio, Mateus Rocha e Jenifer Oliveira, descrevem o que aconteceu no Sarau da Consciência, na Concha Acústica, Centro de Santo André. Os jovens estavam sentados, normalmente, participando e ouvindo as poesias do encontro, quando a viatura parou, e policiais saíram do carro já gritando que havia acabado o evento. Em seguida, a polícia agride os jovens do sarau, com chutes e cacetadas.
O comportamento agressivo da polícia não é novidade para nós. Em Março de 2017, publicamos um Manifesto Público que já denunciava as constantes ações de repressão e violência policial nos movimentos culturais, não só do ABC, mas em diversos outros pontos de São Paulo.
Mais de um ano se passou, e a cena se repete. A polícia agride jovens que se reúnem com um único objetivo: compartilharem suas artes.
Movimentos de rua como o sarau, slams e batalhas de rimas permitem não apenas o encontro entre diferentes gerações, como também cria um espaço de diálogo e trocas diversas. Promover encontros de artes, compartilhar conhecimentos, dividir dúvidas e crenças, cobrar leis e debater a moral e os costumes. Isso é extremamente fundamental para nos reconhecermos tanto como indivíduos, quanto como coletivo. Quando a polícia agride jovens participantes desse movimento, a polícia agride a cultura diretamente.
Sarau da Consciência – Um encontro atravessado pela polícia
Nós descrevemos o Sarau da Consciência, como Um Encontro Transcendental. Contamos sobre casos de vida e morte compartilhados nesse espaço. É inadmissível que a polícia desrespeite esse espaço. O público do sarau tentou argumentar, todos foram reprimidos. A polícia queria acabar com o encontro. Os organizadores tentaram conversar, por um longo tempo, quando finalmente a polícia foi embora do sarau.
O Sarau da Consciência acontece desde 2016, toda terça-feira, às 20h, na Concha Acústica da Praça do Carmo. Centro de Santo André – SP. Essa foi a primeira vez que a polícia agride pessoas nesse espaço. Um fato inédito ali, mas não nas ruas do ABC.
Nas cidades do círculo que contemplam o ABC (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e adjacências como Diadema, Mauá e Ribeirão Pires), as práticas das prefeituras estão para além das questões políticas, invadem campos de direito administrativo, direitos humanos e propiciam um cenário que pode desembocar no aumento das taxas de encarceramento populacional e repressão policial.
Trecho de uma reportagem da revista Carta Capital, sobre a violência policia no ABC.
A SOUL ART é absolutamente contra todo tipo de violência e repressão policial. E nos sentimos na obrigação de denunciar atos como esse. Você, provavelmente, também conhece alguma história do tipo “polícia agride”. Nós não nos calaremos. Compartilhe esse post, ajude-nos a ecoar ainda mais alto contra a violência policial nos movimentos artísticos. A Cultura de Rua Resiste!!!
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