“Ele não estava em grande forma e ele penteava o cabelo de forma bastante elaborada. Ele tinha uma confiança que me atraiu”. São essas as primeiras declarações dadas por Sydney Prosser, personagem de Amy Adams no concorrente ao Oscar 2014, o filme Trapaça (American Hustle, 2013) do diretor David O. Russell, sobre o seu amante trapaceiro com quem ela participa ativamente dos golpes fingindo ser uma lady inglesa.

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Amy Adams contracena sensualmente em seus decotes até o umbigo e cabelos de fogo envolvendo aquele rostinho branco já com ruguinhas e o narizinho de princesa. Ela que tem grande admiração e amor pelo trapaceiro master, Irving Rosenfeld, papel de um irreconhecível e nada sexy Christian Bale (sim, o choque perpassa por ele ser o Batman), consegue dar uma química a um casal pouco improvável. Ela inteligente e desejável, e ele com uma barriga volumosa, um espírito certeiro e carismático e um sério problema de calvície, formam a dupla de trapaceiros da história.

Trapaça retrata uma operação organizada pelo agente do FBI Richie DiMaso, interpretado por Bradley Cooper (Se Beber, não Case!, 2009), com a cooperação forçada do golpista, Irving, para enquadrar e prender políticos envolvidos em corrupção em Nova York, na década de 1970. O filme por si só é uma comédia dos golpes, no caso quem tem poder e já possui um status hierarquizado fica intocado, mas quem não tem monopólio, como o caso de Irving e Sydney, prova que são os pequenos golpistas os primeiros a caírem na rede de investigações.

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“Faça seu papel” é uma fala enfatizada sem nem que os olhos pisquem, tanto que o espectador acredita piamente na verdade que está sendo forjada em cena, de modo que é possível sim crer que o falso Xeique Árabe que está no jatinho particular é real. Bem humorado, o filme não possui novidades de golpes, mas as atuações provam que os atores mergulharam em seus papéis e cenas. A queridinha da América, Jennifer Lawrence, interpreta Rosalyn, a mulher de Irving, ou a “verdadeira golpista” segundo o marido, com quem tem um filho e enfrenta sérios problemas de bipolaridade. Problemas esses que incrementam sua personagem e fazem da doença sinônimo de insegurança e humor. Lawrence mostra o crescimento como atriz e agrada tanto espectadores como críticos, com sua boca sem limites e inteligência, consegue tudo o que quer.

Trapaça foi indicado a 10 prêmios do Oscar e tem grandes chances pelo figurino altamente elaborado, atores dedicados e uma trilha sonora dos anos 1970 de fluir pensamentos. Difícil tarefa da Academia diante do concorrente Leonardo DiCaprio em O Lobo de Wall Street de Martin Scorsese, mas torçamos para que não haja nenhuma trapaça na premiação.

 

Trapaça

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