Room 104 é uma série da HBO que apresenta diferentes histórias que acontecem num quarto de hotel

room 104

Criada e roteirizada pelos irmãos Duplass, Room 104 é uma série episódica com um total de quatro temporadas, cada qual composta de doze episódios. A proposta é de que todas as histórias se passem num mesmo quarto de hotel, o 104 do título. Assim, cada episódio funciona como um curta independente, com gêneros variados e com uma virada que ressignifica o que se assistiu.

Consegue em seus 25 minutos de duração ser mais que aquelas produções caras do Além da Imaginação. A maior parte dos episódios é conduzida por um diretor e um fotógrafo diferente. Nem todos os episódios são incríveis, mas a maior parte surpreende pela trama, atuação, pelo modo como é conduzida. Uma aula para quem quer aprender a fazer roteiros bons e factíveis.

room 104

Abaixo uma síntese dos episódios da primeira temporada:

1. RALPHIE

As coisas dão terrivelmente mal quando uma babá chega ao quarto 104 para cuidar de um garoto  chamado Ralph, ele lhe conta que há um Ralphie no banheiro, perigoso, assassino e que pode pegá-la. Aqui a escolha é por começar a série lá em cima, em 25 minutos uma história brilhante (10)

2. PIZZA BOY

Um jovem entregador leva uma pizza num quarto de um casal sexy e estranho, eles parecem combinar uma espécie de jogo de sedução, ameaça e morte com o garoto. Delicioso e sacana (10).

3. THE KNOCKADOO

Uma mulher que busca a salvação é visitada por um padre de culto prometendo ajudá-la a transcender o mundo comum para outro reino. O melhor do episódio é o clima surreal que se estabelece. Comecei sem ter a mínima noção do que se tratava. Incialmente parecia um encontro de casal por aplicativo, evoluiu para um jogo perigoso de sedução, depois de charlatanismo, então de hipnose e o desfecho é aberto mas desconcertante. (8)

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4. EU SABIA QUE VOCÊ NÃO ESTAVA MORTO

Um visitante procura conselhos sobre seus problemas conjugais com um amigo morto há muito tempo. Oscila entre o drama psicológico de trauma e culpa e pegada sobrenatural. Não me encanta tanto pois me parece muito visto. (6)

5. A INTERNET

O episódio inicia em 1997, um rapaz paquistanês deve ensinar sua mãe a usar a Internet por telefone depois de deixar o original do seu romance em seu laptop. Embora a câmera nunca saia do apartamento, transitamos entre o quarto e a casa da mãe, lindamente construída por sua voz. Talvez seja o melhor episódio da primeira temporada, pois nos emociona como nunca (10)

6. VOYEURS

O passado e o presente ficam cara a cara quando a mulher da limpeza dos quartos se reconecta com seu eu mais jovem. É o mais experimental dos episódios, os diálogos são mínimos e tudo é passado por meio da dança. É interessante, mas não me conquistou 100% (5)

7. OS MISSIONÁRIOS

Dois jovens missionários mórmons testam os limites de sua fé experimentando o máximo de pecados. É daqueles que a gente se arrepende por não ter tido a ideia. É ingênuo, irônico, poético, romântico. Para mim é um roteiro perfeito. (10).

8. PHOENIX

Em 1969, a única sobrevivente de um acidente de avião é confrontada com uma decisão: voltar à vida que ela teve ou aproveitar a oportunidade para começar de novo. Detesto roteiro com fantasminha, então, me aborreci com o episódio que para mim não traz nada de relevante (4)

9. BORIS

Quando um tenista croata idoso revela lembranças de seu passado torturado a uma governanta, um vínculo improvável é formado. Belo e complexo, o mais teatral, um estudo magnífico do personagem com uma bela atuação. Podia ter virado um drama bobo, mas houve a entrada sagaz da empregada mexicana do hotel e tudo ficou grande e comovente. Falta algo no desfecho, mas é belo. (8)

10. BARRACA VERMELHA

Dois rapazes que conspiram para interromper uma convenção política, a entrada do técnico do ar condicionado impulsiona uma tensão, obrigando o rapaz que cometerá o ato terrorista a repensar a decisão. Muita coisa ali eu não peguei, gosto muito do embate, da tensão, da edição, mas falta algo ou não consegui captar. Mas é bom (7)

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11. A LUTA

Duas lutadoras de MMA em fim de carreira terão uma luta no dia seguinte, como sabem que serão descartadas, decidem “vender” a luta e lucrar, mas como não se decidem em qual vai perder, iniciam uma luta radical no próprio quarto de hotel. Há neste quebra da linearidade e 50% do episódio é a luta entre ambas, o que faz mais experimental, com grande ironia e desespero. Um bom episódio, mas que frustra um pouco no final (8).

12. MEU AMOR

Um casal octogenário retorna ao quarto 104 para reviver sua primeira noite juntos. É um drama poético e melancólico, mas não me atingiu tão profundamente. (7)

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