A ressocialização de um ex-detento precisa de ajuda social para ser feita. E um dos meios mais incentivadores do país para essa inclusão é feita na arte. Expressar sentimentos e conflitos pessoais de forma criativa tem sido uma das maneiras mais benéficas e terapêuticas de pessoas que já cumpriram pena.
Ouvimos falar poucas vezes durante a vida sobre pessoas que estão em um tipo de cargo que já foram presas. Afinal, vemos boas histórias de superação, relatos importantes na TV, e até mesmo menções nas redes sociais.
E no ouvir, iremos sempre lembrar dessas pessoas ao fato de já terem sido presas, isso nos impede de enxergar os talentos de cada um, talentos reprimidos e escondidos, que mais tarde salvam essas pessoas de uma vida dura, e acabam dando vida a arte, projetos sociais, muros das escolas e até mesmo em calçadas em avenidas no centro.
A arte como um refúgio
Desde o início, a arte é um tipo de manifestação expressiva, um ato de resistência, e até mesmo uma forma de luta. E ela está presente na música. Os músicos com seus batuques, produzindo sons, descobrem que são donos de grandes potenciais o suficiente até mesmo para composições de peças musicais.
Os grafiteiros, com suas latinhas e pincéis, são ensinados por cursos em busca de um novo olhar artístico de sua tela além dos quadros: a rua.
Resgate da esperança
Comunidades de todo o Brasil desenvolvem diferentes recursos, que incluem essas pessoas na sociedade de forma significante e artística, ajudam na ressocialização de um ex-detento e o auxiliam para uma nova vida.
Além de inserir noções de empreendedorismo e ajudar na ressocialização , na arte essas pessoas resgatam a esperança de serem incluídas novamente na sociedade, e assim evitam a volta delas pro crime.
Talentos escondidos de pessoas que antes viam o crime como única opção de vida, passou a ser uma necessidade de quem acredita na ressocialização de um ex-detento e para quem acredita em mudança.
E essa ideia também precisa ser acolhida por todos. Em um projeto no Ceará, organizadores tiveram a ideia de unir internos e egressos na penitenciária para pintar um prédio da OAB.
O intuito anteriormente para os internos, era adicionar alguma atividade na rotina diária e sair do ócio, se sentindo parte do essencial do projeto. Já pros egressos, seria uma oportunidade para compartilhar experiências, superações e até servir inspiração para aqueles que ainda se encontravam presos.
Mais tarde, Davi Favela, um dos coordenadores do curso de grafitagem, explica que essa ideia ultrapassou suas expectativas. E que viu aquelas pessoas em um estado de salvação: a arte salvando. Salvando vidas do crime, da depressão, do desemprego, e fazendo com que essas pessoas agora fossem artistas, somando e sendo com a arte.
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