O cinema brasileiro tem em torno de 110 anos de existência. Diferente do que acham os “críticos”, nossa produção não está tão atrás dos grandes estúdios. A produção de fato é menor, entretanto a criatividade nunca deixou de fazer rodar essa máquina de sonhos. Perto de completar um século, a animação brasileira colabora em diversas esferas e mídias sociais para contar histórias, criar personagens eternos e sobreviver às crises político-econômicas do Brasil.
Quem leu esse post, sabe que no momento ocorre o Anima Mundi 2013 – Festival Internacional de Animação do Brasil, e neste ano uma produção nacional desponta como uma das principais atrações do evento. Trata-se do documentário Luz, Anima, Ação!, dirigido por Eduardo Calvet e produzido por Felipe Haurelhuk – além da co-produção do Canal Brasil.
O longa conta a história da animação brasileira, desde seus primeiros rabiscos, precisamente o pioneiro Kaiser (1917), dirigido por Álvaro Marins, até a intensa produção de filmes e seriados voltados ao mercado internacional. Para ilustrar essa trajetória, são entrevistados Carlos Saldanha (Rio), Mauricio de Sousa (As Aventuras Da Turma da Mônica), Otto Guerra (Wood & Stock), Andres Lieban (Meu Amigãozão) e Marcos Magalhães, criador do Anima Mundi.
Um dos pontos de virada mostrados pelo documentário se passa na crise financeira do final da década de 1980 no Brasil, em que o projeto neoliberal do ex-presidente Collor extinguiu a EMBRAFILME e paralisou a produção nacional. Luz, Anima, Ação! destaca também a atuação dos guerreiros animadores, como Walbercy Ribas, que iniciou a produção de O Grilo Feliz, Mauricio de Sousa, o criador da As aventuras da Turma da Mônica, e Otto Guerra, de Rock & Hudson.
Mais do que resgatar os primeiros momentos da animação brasileira, Eduardo Calvet decidiu intervir na história, e desfazer a heresia do destino que fez com o material original de Kaiser fosse perdido ao longo das décadas. Para isso, juntou oito artistas, que ofereceram seu trabalho para criar versões individuais sobre o primeiro filme de animação feito no Brasil, em 1917. Dessa forma, o resultado foi um trabalho coletivo, com técnicas 2D e 3D, animação em massinha e outras técnicas, “reeditando uma inédita versão” da obra de Álvaro Marins, o Seth, como era conhecido.
Caso não consiga ir até o Anima Mundi, será preciso esperar até o começo de 2014 para assistir ao documentário na telona, previsão para a entrada de Luz, Anima, Ação! nos circuitos das salas de cinema.
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