Festival independente de música jamaicana apresenta 35 atrações no Vale do Anhangabaú neste fim de semana.
Quem acompanha o movimento sound system sabe que ele está vindo para ficar, mas é claro que todo o corre tem sido feito com muito suor, raça e amor. A união favoreceu o crescimento do cenário e permitiu que eventos de grande porte fossem realizados apenas com a colaboração dos organizadores e apoio do público.
O melhor exemplo disso é o Reunion of DUB – Festival, o maior festival de cultura sound system do Brasil, que acontece neste fim de semana, no Vale do Anhangabaú. 100% independente e feito diretamente por pessoas que vivem a cultura sound. O evento promete ser pedrada! Serão 35 atrações do Brasil e do exterior dividas em três arenas.
Trocamos uma idéia com Camilo Fyahman, da JZ Sound System Roost Phavella, grupo de Mauá que fará sua participação no segundo dia do festival, 05 de outubro. Confira a nossa conversa:
Qual a importância do evento para a cultura sound system aqui no Brasil?
O evento será um marco histórico para São Paulo e para a cultura sound system. É a segunda vez que acontece este ano, mas será a primeira com esta proporção. Vamos poder mostrar que a cultura não está só em São Paulo, virão equipes de todo o Brasil para participar do evento. Não temos patrocínio, nem ajuda do governo. Contamos com o apoio do público. Cada equipe recebeu uma quantidade de kits para vender e a galera ajuda comprando. Todo mundo se empenha para o festival acontecer.
O que você espera do festival? O que ele pode trazer ao público e à cena de SP como legado?
Acho que o mais importante legado será o intercâmbio de conhecimento e respeito que haverá entre as pessoas. Será a oportunidade para conhecer pessoalmente pessoas que admiramos na internet, conhecer seus trabalhos e usá-los como influência. Todo mundo poderá ter acesso aos artistas, trocar uma ideia. O artista vai se apresentar perto de você e com isso rola um respeito e troca de conhecimento. Não é como em outros shows que você fica distante. Sem falar do intercâmbio que poderá haver entre as equipes e produtores de São Paulo e outras cidades, que, com certeza, ajudarão a fortalecer o cenário.
Falando um pouco do grupo, qual o significado do nome JZ Sound System Roots Phavela?
As letras “JZ” são iniciais do nome do bairro que crescemos: “Jardim Zaíra”. Colocamos Sound System por ser o ritmo que tocamos. Já Roots Phavela é uma referência ao lugar de onde viemos. Basicamente representa nossa quebrada e também remete a uma questão mais social, como o descaso do governo, a falta de cultura e o fato de ser uma comunidade carente.
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Quando a JZ Sound System Roots Phavela surgiu?
Nos juntamos em 2007, mas desde 2000 eu já frequentava festas de DUB e vinha acompanhando o movimento. Somos em quatro, eu e o Fumaça somos os Dj’s e nos revezamos na seleção dos discos. O Red Lion é o Mc/Toaster/Singjay, e temos a Sol que cuida da nossa produção. Além de nós, que somos a fundação do J*Z Sounds, temos mais a nossa equipe de montagem e desmontagem.
O que representa para vocês fazer um som em Mauá e qual a mensagem que tentam repassar por meio da música?
Podemos mostrar para a galera da quebrada que todo mundo pode correr atrás dos seus sonhos. Quando fazemos um som em Mauá rola essa identificação. Todo mundo se conhece e acaba virando um incentivo mútuo. Eu realizei o meu sonho em ter um Sound System e, basicamente, a mensagem que tentamos passar é que vale a pena acreditar em si, porque as coisas podem acontecer. É só correr atrás e manter o foco.
In Dub We Trust!
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