Conhecido por 32 latas de sopa, Andy Warhol se tornou marco importante para o Movimento Pop Art no Brasil
A chegada do movimento Pop Art no Brasil veio em meados dos anos 60. O cenário atual do país era de ditadura e a expressão artística surgiu em partes do Brasil em forma de protestos.
Em outros países, como EUA e Inglaterra, no pós guerra, o Movimento Pop Art já havia tomado espaço na década de 50, destacando artistas como Roy Lichtenstein, Robert Rauschenberg e Andy Warhol que ficou conhecido por suas latinhas de sopa “Campbells”.
Pop Art no Brasil
Os artistas que trouxeram o Pop Art para o Brasil usaram a expressão como forma de inspiração. Os protestos contra a ditadura, a violência e as críticas ganharam espaço nas telas brasileiras, que logo introduziram a técnica até então exótica.
Cores vivas, inusitadas e alterações em imagens famosas tornaram-se símbolos expressivos de uma luta contra o sistema da época. O alto contraste e as referências aos gibis também marcaram o Pop Art no Brasil, apesar das obras terem sido usadas como instrumento de denúncia social.
Vick Muniz – acervo
Artistas como Antonio Dias, Rubens Gerchman e Claudio Tozzi se apropriaram desses conceitos e até mesmo levaram para a música. O movimento Tropicália também bebeu das ideias da Pop Art, numa forma de trazer conceitos já consagrados internacionalmente para destacar a produção cultural nacional como exportável.
Obra de Cláudio Tozzi
No próprio álbum Tropicália ou Panis et Circenses, Caetano Veloso escreveu “Lindonéia” , canção que marcou o movimento Tropicalista, numa forma de denunciar as mortes e desaparecimentos sem explicação pelos militares.
Gilberto Gil também usou o movimento da arte para protestar, “ludibriando” o sistema de censura, usando trocadilhos, metáforas e outros recursos linguísticos.
Fatos que explicam o impacto de Andy Warhol no Pop Art
Andy Warhol, pintor e cineasta estadunidense, criou uma nova forma de fazer arte. Sendo o pioneiro do movimento Pop Art no conceito “Coworking”, o conhecido estúdio de arte The Factory se tornou um espaço para reunir artistas e permitir criações colaborativas.
Previsão da Cultura Atual
Andy foi um visionário da arte atual. Warhol afirmava que chegaria um dia em que teríamos ‘celebridades instantâneas’, que surgiriam nas redes sociais e se tornariam ‘influencers’ sem muito esforço, apenas conhecidas pelo que são (ou fingem ser), sem a necessidade de um talento próprio.
It Girl
Andy Warhol também foi criador do termo “It Girl”. A influência do pintor ao lançar um estrelato “Sedgwick”, uma socialite que designa como parte da camada mais importante da sociedade, e isso ajudou a construir a um espaço para divulgação de opiniões de pessoas comuns, desvinculadas à imprensa, como hoje vemos essa liberdade de expressão em blogues e redes sociais.
A arte como diário
O artista usou a arte como um diário. Com sua licença artística, ele reinterpretava qualquer imagem diante dos seus olhos e ainda os destacava, com traços fortes e materiais diferentes, Andy destacava a beleza de coisas mundanas.
A lata de sopa
Produzida em 1962, uma das obras mais conhecidas de Andy Warhol são as “Campbell’s Soup Cans”. A obra consiste na reunião de 32 telas da imagem ilustrativa de sopa enlatada, feita de forma colaborativa, e homenageia as 32 variedades de sopas oferecidas pela empresa Campbell nos EUA.
O processo e a combinação de um quadro semimecanizado, a ausência do traço do pincel e o tema publicitário causaram choque inicial, pois a natureza da obra era descaradamente comercial, publicitária, mundana e contra a técnica e a filosofia do expressionismo dominante na época.
Apesar do choque, Warhol ficou conhecido, o que ajudou na ascensão de outros artistas da época. Atualmente a obra está conservada no acervo do MOMA (Museum of Modern Art) de Nova Iorque.
Outras Obras conhecidas de Andy Warhol:
Marilyn Monroe – 1953
Coca Cola – 1962
Eight Elvises – 1963
Banana – 1965
Mao Tsé-Tung – 1973
Mickey Mouse – 1981
Self Portrait – 1986
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