Imagética, de Marco Nalesso, traz um paraíso artificial com mar, praia, animais, ar, tudo isso numa saturação que suspende

A frase que introduzi o instagram de Marco Nalesso é “construindo paisagens sonoras que nos sugerem atmosferas habitáveis”. E como um bom artista, Nalesso realmente nos insere em uma ambientação sonora que torna palpável esse paraíso artificial.

Imagética traz referências de recursos naturais dentro do ambiente digital, possibilitando que memórias afetivas tão íntimas no nosso organismo possam ser revisitadas. Ao ouvir as faixas, sente-se um conforto raramente alcançado pelas novidades atuais.

Segundo o site do artista, o disco consegue elevar nosso cotidiano à outro nível. O isolamento social ganha respiro quando colocamos este som bem alto. Suavizando a realidade, massageando nosso espírito, todas as células de nossos corpos são convidadas a dançar.

Faixa a faixa, o álbum progride ampliando nossa sensação de liberdade. Já que em nosso tempo o problema não é fundá-la, mas sim alargá-la, fazendo de nós vivos no meio do vivo, Marco Nalesso vem na pegada de nos proporcionar um oásis, causando situações que aumentam a experiência sensível.

Povos ciganos são evocados no dedilhar da viola. O piano suave, a guitarra leve e a bateria tropical são misturados aos sons de pássaros, mesclados ao mamão papaia da música digital contemporânea, onde a textura visceral se dá numa melodia solar. Aqui visitamos a orla da praia que nos habita. Sabe a resistência daquela samambaia que cresce entre a fresta da parede, que hora nos é bela e hora nos afronta, cutucando a ordem da nossa casa, então, é essa imagética que Nalesso nos apresenta como a um convite refrescante, na suculência de um prazer comunicável.

Sobre Marco Nalesso

Marco Nalesso em seu segundo álbum solo “Imagética” segue a linha de seus trabalhos mais conhecidos, onde desde “HAB”, “Marco Nalesso e a Fundação”, “Edgar e Mataviva” e “Nalesca Mantega” em parceria com o baterista Steve Shelley do Sonic Youth, o seu mote principal é a construção de paisagens sonoras. Suas novas composições nos sugerem atmosferas habitáveis. São sons experimentais que nos transportam para outra realidade, mas dentro desta mesma, pois não tratam de um universo paralelo.

 

Ouça o álbum completo

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