No período de isolamento a arte tem se tornado um refúgio para a população lidar com estresse e ansiedade

Devido às mudanças bruscas que a pandemia tem causado de modo geral, a arte como um  refúgio tem se tornado um amparo benéfico e comum para a população.

A falta de esclarecimento sobre assuntos como vacina, política, estudos e emprego tem trazido grandes inseguranças para aqueles que sofrem com a excessividade de sentimentos que interferem no cotidiano.

Mas como reinventar? Essa foi uma pergunta muito comentada pelos artistas que dentro da quarentena precisaram adaptar ao online, e produzir conteúdo mesmo com um ‘esgotamento psicológico’.

Apesar disso, em consequência do fechamento das atividades presenciais, corte no orçamento e pouca estrutura, os artistas tiveram que usar a arte como refúgio em plataformas digitais, o que causou grande transtorno na mudança.

 

A reinvenção daquilo que já conhecemos

Frente a maior crise sanitária da humanidade, um perfil do Instagram criou um museu do Covid-19 durante o ano de 2020.

Intitulado deCAM The Covid Art Museum’, o perfil conta com um acervo (de profissionais ou não) que se inspiram em situações do dia a dia para ilustrar em imagens contendo fotografias reais e distópicas que interpretam sentimentos de angústia e crise.

As postagens e as criações vão além do trabalho, a intenção dos seus criadores, além da arte inovadora, é dar acesso gratuito e não deixar a população sem a apreciação de trabalhos artísticos.

Além disso, é  importante destacar o que se tornou emblema do museu: levar a população a ter pensamentos críticos e reflexivos sobre as questões contemporâneas.

Segundo os criadores, e os colaboradores, a arte como refúgio em meio ao período de ‘caos’ tem sido um grande catalisador de ideias, e um amparo à tantas emoções.

Além disso, o museu faz grandes críticas às condutas antiéticas e desumanas, como as dificuldades daqueles trabalhadores que estão na linha de frente da pandemia, que precisam enfrentar transporte público e as famílias que enfrentam dificuldades (seja em renda ou saúde).

Arte digital interativa – NTF e Crypto Art 

A crypto art é uma arte digital que é colecionável e tem edição limitada registrada criptograficamente. Ou seja, é possível manter a originalidade, não podendo alterar o arquivo contendo sempre a autenticação do artista.

Frame de obra feita pela cantora Grimes

Frame de obra feita pela cantora Grimes

As artes digitais interativas estão associadas à criação dos computadores. Datadas desde 1950, as primeiras experiências plásticas começaram a ser pesquisadas por artistas e cientistas.

Apesar da arte digital não ser recente, essa modalidade ganhou maior notoriedade após a pandemia. Devido às grandes divulgações dos leilões internacionais, o mercado inovou as atualizações com informações constantes e conteúdos instantâneos que facilitam as vendas. 

Com isso, o NFT -Non fungible token (sigla para o inglês que significa tokens não fungíveis) é uma das mais recentes transformações digitais que tem influenciado o fluxo de vendas online.

O gif Nyan Cat, um meme criado por Chris Torres em 2011

O gif Nyan Cat, um meme criado por Chris Torres em 2011

NFT é um termo que caracteriza as mudanças no relacionamento entre fãs e artistas, ou consumidores e produtores de arte que estabelecem uma forma direta de remuneração a quem vende um conceito diferente para quem compra.

 

Conheça a obra digital vendida por 382 milhões de reais

Um leilão promovido pela empresa “Christie ‘s” bateu o recorde de valor de uma obra digital.

5.000 peças de arte da colagem de Beeple

5.000 peças de arte da colagem de Beeple

A obra Everyday’s — The First 5000 Days, produzida por Michael Joseph Winkelmann, conhecido profissionalmente como Beeple ou Beeple Crap, foi feita através da tecnologia NFT.

A obra consiste na colagem de recortes artísticos 100% digital e pode revelar a bolha que o mundo dos NFTs crio. A tecnologia mostra como blockchain pode invadir a nossa vida e transformar a lógica de propriedade intelectual na internet.

Arte em tempos de quarentena: o que seria nós sem ela?

‘A arte existe porque a vida não basta’ – Ferreira Gullar (1930 – 2016)

Ferreira Gullar, grande poeta brasileiro nordestino que inspirou falas da arte, explica que os trabalhos artísticos e toda a sua construção é como uma descoberta imprevisível, definindo arte como uma invenção da vida.

A arte existe para que o ser humano possa expressar o sentimento. Para manifestar os pensamentos e convicções por meio de instrumentos.

Por esse motivo, a arte é considerada tão importante como a ciência, pois a ciência prova a matéria e as reações, mas são incapazes de expressar, exprimir, confessar e anunciar aquilo que de fato está se sentindo.

As categorias fundamentais para entender a divisão da arte e os campos em que ela atua, são:

  • arquitetura: como meio de contemplação da arte em construções
  • escultura: como fonte de mistura de objetos para uma finalidade
  • pintura: expressa ideias no formato de cores e traços
  • música: combina melodia, som e barulho para cantar aquilo que sente (por meio de voz ou instrumento) 
  • literatura: como caráter documental e histórico que permite viagens envolventes por meio das palavras
  • dança: com passos coreografados no formato de interação religiosa e espiritual
  • cinema: que permite o “além do livro”, que caracteriza as palavras e locais jamais vistos por meio de imagens e produção sonora

Ansiedade e estresse

Estudos realizados pela UERJ mostram que o número de ansiedades durante a pandemia aumentou cerca de 90%. O estado que um ansioso vive é de constante vigília. As coisas, problemas, situações e afins têm uma dimensão muito mais aprofundada do que o normal.

Geralmente quando as crises vêm, o ansioso enxerga maximizando os problemas que às vezes são considerados simples, como falar para a pessoa que precisa conversar no dia seguinte. 

Nos pensamentos de quem é ansioso, essa conversa é sobre algo terrível pelo qual ela cometeu e que foi descoberta, e agora ela precisará se justificar (e às vezes, a conversa é só para pedir opinião com a cor do vestido). Para o ansioso que nunca sequer havia escondido algo, pensamentos assim acontecem.

Na pandemia, esse desgaste mental tem preocupado diversos profissionais da saúde. As crises têm afetado principalmente os jovens.

Além das mudanças drásticas na rotina, analistas do comportamento humano dizem que esses transtornos agravam-se devido à falta de interatividade, o que o isolamento social tem definido como prevenção para a contaminação. 

O que mudou na arte com a pandemia?

Os artistas precisaram render-se ao online. Felizmente, a arte no contexto geral  ganhou maior notoriedade devido a acessibilidade.

Algumas exposições tiveram a redução de seus preços, e também as galerias de São Paulo ganharam espaço online, com acervos completos e vídeos interativos que trazem um pouco de realidade no mundo virtual.

Conheça o museu do isolamento brasileiro

Um exemplo é o museu do isolamento online tem como objetivo preservar obras resultantes do isolamento social de artistas brasileiros.

O acervo contém obras que os próprios seguidores, e colaboradores enviam para os criadores, contendo desde reflexões futuristas à críticas do dia a dia, envolvendo reflexões e contemporaneidade que ajudam a disseminar o conhecimento.

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