Criado na década de ouro, em 1972, o álbum Estrelando Embaixador foi lançado e distribuído pela Riversong. Apenas com duas longas faixas – O lado a é chamado de Timolô, Timodê e o lado b de Praça do Lido – imagino esse disco sendo feito pela Tribo Massahi em uma roda, tipo uma roda de samba, captando apenas os momentos de cada personagem presente nessa peça teatral.
Estrelando Embaixador é o candomblé de inspiração psicodélica, tendo o som afro vindo de algum território selvagem. Guitarras afro rock e percussão para frente, com um coro feminino que os agudos chegam a ir bem distante.
Influenciados por Fela Kuti, com um pouco de Stax, ou então, a mesma viagem do mestre Miguel de Deus; é um disco mal gravado, onde o improviso aparece quase todo o tempo. A banda parece que nem ensaiou, mandando tudo de primeira, mas é um time de músicos que comparecem no ritual, liderado pelo Embaixador, principalmente os alabês (encarregados dos instrumentos de candomblé). É um trabalho futurista, sempre à frente do tempo.
Na verdade, tudo que se refere a este disco é um mistério. Inclusive as informações a respeito do seu idealizador, do qual sabe-se quase nada. A bolacha apareceu em pelo menos um filme no Brasil, no papel de um gangster a la James Bond, com Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968), vai pensando.
Definitivamente, Estrelando Embaixador é um disco de vinil raro, dificil pra cacete de encontrar e muito caro. O menino merece. É música brasileira enraizada, uma aula para quem abre a cabeça e deixa entrar essa fumaça do bem.
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