O artista visual Miguel Sereno apresenta, no dia 26 de Julho, na Úmida Arte, sua nova exposição “Natureza Desconhecida”. Nesta fase, ele revisita suas origens mais primitivas até suas últimas inspirações que circulam pelo modernismo, formas orgânicas e uma ambiência futurista.
Sereno nos convida a explorar um orbe desconhecido, habitado por estruturas orgânicas que transitam em sua atmosfera numa dança de transparências, conectando superfície e firmamento.
[dropcap size=big]V[/dropcap]ários elementos da trajetória artística de Miguel Sereno aparecem na sua última produção, mas a novidade desta vez é a inserção de formas orgânicas inspiradas em imagens microscópicas. “Eu pensei na diversidade das existências, formas orgânicas que pudessem resistir a uma viagem no tempo, talvez intergaláctica, moléculas ou bactérias que pudessem recolonizar outro planeta, trazendo à tona o tema da própria destruição que nós humanos estamos causando no planeta”, explica Sereno.
O resultado estético de sua mais nova produção é surpreendente — uma composição abstrata, geométrica, com traço rigoroso e elementos que gravitam na tela. É possível perceber, na composição, desenhos de plantas baixas dos jardins de Burle Marx, sua maior influência dos anos na faculdade de Arquitetura.
A viagem pela natureza desconhecida também é um olhar para dentro de si. A volatilidade do estado da matéria permite atuar em outras faixas de frequência vibracional, proporcionando novas sensações, tão buscadas hoje pelos seres humanos.
Filho de pai engenheiro e mãe arquiteta, Sereno cresceu brincando com compasso, bolômetros e escalímetros, despertando seu olhar para as formas — retas, curvas, círculos, e plantas baixas.
Na adolescência descobriu o grafite, começou com a caligrafia bomb, tags e trow-ups, e criou o codinome “Contra-ataque Sereno”. O spray e o muralismo, voltariam em vários momentos de sua arte. Também neste período Sereno fez curso de tinta a óleo.
Na faculdade de arquitetura ele desenvolveu sua relação com o desenho e a forma em outras dimensões, passou a entender a arte articulada ao espaço urbano, na possibilidade de desenhar fluxos que serviriam para o convívio das pessoas. “Na época a faculdade de arquitetura havia um time de professores que me influenciou muito: Suzana Queiroga, Hilton Berredo, Nelsom Felix, Pingarrilho, mergulhei ainda mais no universo do desenho na arquitetura” diz Sereno.
Mas foi com a esposa a Aleta Morelli, arquiteta, que Sereno se reencontrou com o modernismo.
“O modernista de verdade é aquele que é modernista em tudo que faz, aquele que só se inspira é considerado eclético. Ela é modernista de verdade, Aleta foi um amor de adolescência que eu ressurgiu agora. e me trouxe de volta para a forma modernista, acho a presença dela fundamental na minha arte.”, diz Sereno.
Em 2010 Sereno volta a fazer arte de rua, desta vez já com um traço bem marcante — as formas retas, geométricas, tridimensionais abstratas, estilo que o tornou bastante conhecido. Sua arte está nas ruas de muitas localidades do Rio de Janeiro : Borel, Manguinhos, Caju, Vidigal, Rocinha , Barreira do Vasco, Jardim Gramacho, Terreirão Recreio, Jacarezinho, Grota , Vila Operária, Santa Marta, Prazeres, Leblon, Ipanema , Copacabana, Jardim Botânico, Botafogo e outros.
Em 2014 inicia a fase “Geométrica” com composições abstratas, mantendo as perspectivas, incluindo formas ousadas, texturas muitas vezes poéticas e apocalípticas. É quando entram céus, cores e formas influenciados pelo cinema futurista, extraído de clássicos como Blade Runner, Thron e Metropoles.
Os murais ganharam grandes proporções como um prédio de 40m de altura e 13 andares em Copacabana. Sua arte ficou conhecida e recentemente foi convidado pela Rede Globo para fazer o grafite em uma cidade cenográfica, para a novela “A dona do pedaço”.
“Pela primeira vez eu estava sendo pago para grafitar, algo que sempre foi meio proibido, foi uma sensação diferente” brinca Sereno.
Em 2015 realiza pintura de painel para Park Shopping Campo Grande e primeira exposição individual no Clube Caiçaras do Rio de Janeiro. Em 2016, produz importantes painéis em tapumes de obras no Leblon e Jardim Botânico. No mesmo ano realizou pintura de parede de prédio com altura de 13 andares, em Copacabana, realizou exposição individual no salão do Clube 17 no Jardim Botânico, e participou de coletiva na Úmida Arte. Realizou pintura de Graffiti em Berlim. Em 2018 fez dois painéis, um no espaço EXC no Jockey Club e outro para a nova sede da empresa de cosméticos L’oreal, produzido ao vivo durante evento. No mesmo ano participou de Bienal Europeia e Latino Americana de Arte Contemporânea. Também neste ano realizou pintura de cidade cenográfica de novela da TV Globo. Em 2019 seu ateliê muda para o Jardim Botânico e apresenta a série Natureza Desconhecida.
[divider]SOBRE A ÚMIDA ARTE[/divider]
Inaugurada em 2017, a Úmida Arte é um espaço aberto para a arte e criação dentro da Vila dos Artistas, polo artístico no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. A Úmida faz parte do selo de arte criativa “Inspiração Consciente”, que tem em sua genética a experimentação. Incentiva artistas e projetos independentes, sempre buscando iniciativas sinceras pautadas no amor e na arte. A Úmida se propõe a conectar artistas, público e marcas através de ações, exposições, eventos, oficinas de arte, leilões de arte beneficente, e projetos que articulam arte e design. Sempre valorizando a conexão emocional única que somente a arte promove. A Úmida, apresenta uma seleção de jovens artistas contemporâneos em seu acervo. Nossa curadoria de arte é pautada pelo respeito a diferença, responsabilidade com o entorno e participação de projetos sociais voltados para arte e educação.
[divider]SERVIÇO [/divider]
Exposição: “NATUREZA DESCONHECIDA”
Artista: Miguel Sereno
Abertura: Dia 26 de Julho, às 19 h
Local: Úmida Arte
Endereço: Rua Engenheiro Pena Chaves 6, casa 5 — Jardim Botânico — RJ
Entrada gratuita
[alert type=white ]Visitas Guiadas devem ser agendadas no instagram @umida_arte ou pelo telefone (21) 988-088-010[/alert]
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