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Augusto Boal não foi apenas um dos mais inventivos artistas do teatro moderno. Foi um formulador de projetos, um mobilizador transcendente da imaginação coletiva. Passou assim à categoria dos artistas que, na fronteira entre teoria e prática, influenciam mais do que o mundo da cultura, a vida social.

Boal foi um homem obstinadamente brilhante. Expoente do teatro participativo, ele falava sobre a personalidade teatral que mais interessava aos brasileiros de então – inspirado por Bertolt Brecht – com mais segurança e sinceridade do que qualquer outro. Inaugurou, nos palcos, novos métodos para o teatro contemporâneo, como o sistema curinga – quando o personagem passa de ator a ator, em rotatividade. Sobretudo, Augusto foi o criador do chamado Teatro do Oprimido, o qual busca a democratização dos meios de produção teatral, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo – tal como Paulo Freire pensou a educação – e que é seguido até os dias atuais.

Contudo, o Teatro Arena foi o palco de Boal. Depois de sua estreia em 1956, ele criou, dirigiu e escreveu peças que vieram a se tornar símbolos do teatro brasileiro. O espetáculo Opinião, de 1964, é prova disso. Integrando a elite carioca, simbolizada por Nara Leão – que em 1965 veio a ser substituída, com o aval e escolha da própria Nara, pela então estreante Maria Bethânia -, o retirante do Nordeste, por assim dizer, representado pela figura de João do Vale, e o compositor do morro, Zé Ketti, todos no mesmo palco. O espetáculo músico-teatral narrava não só as problemáticas do país, como também o criticava. Foi, então, que se deu o nascimento da música protesto – ou, como nomeou Nara, bossa nova participativa. Opiniões à parte, Boal também dirigiu o comentado Arena Conta Bahia. No espetáculo se deu a estreia de quatro baianos ainda desconhecidos pelo grande público: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Tom Zé.

Em 1965, após o ovacionado Opinião, estreia naquele mesmo palco Arena Conta Zumbi, de Boal em conjunto com Gianfrancesco Guarnieri. A peça contava a história de Zumbi dos Palmares, o líder escravo negro que criou o maior e mais famoso quilombo da história da escravidão no Brasil. A ideia de um território livre conquistado por ex cativos corajosos se prestava, naturalmente, a todo tipo de alusão ao governo militar e à falta de liberdade àquela época. Mas a glamourização da heroicidade do personagem central, realçada pela graça da música, abria como que uma clareira agradável à mente.

Musicalmente, de fato, não é pouca coisa que se tenha realizado um musical coerente e bem amarrado no Brasil – algo que, ainda hoje, parece uma meta inalcançável para alguns. Noel Rosa e Ary Barroso, Dorival Caymmi e Lamartine Babo sonharam com isso. Edu Lobo, o então jovem autor da música Zumbi, conseguiu realizar o sonho em 1965, com sua colaboração musical ao espetáculo. Ele é autor, e pode se dar a honra desse título, de uma das melhores trilhas da história do teatro brasileiro. Nesse trabalho, ele juntou não só suas belíssimas e irretocáveis composições, mas resquícios de uma erudição combinada sutilmente com a intensidade de batuques de tambor e berimbau. Isso não só subverteu a erudição, como “erudizou” a simplicidade.

Já tendo usado algumas características do seu novo teatro no espetáculo Opinião, Zumbi também era um musical, mas, diferentemente do Opinião, não era um apanhado de canções diversas entremeadas de textos e apresentadas por cantores, e sim uma peça concebida em conjunto com um compositor cujas canções inéditas eram cantadas pelos próprios atores. Na época de sua estreia, a pequena arena do teatro carregava cerca de dez atores, todos com roupas idênticas na forma (apenas variando na cor) e com as personagens passando de ator a ator – com o sistema curinga criado por Boal. Arena conta Zumbi era um primor de economia de meios, uma lição de como obter efeitos com o máximo de despojamento.