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Lee Fields é um dos últimos elos que restam entre a música de hoje e o jeito antigo de se fazer soul. Sua voz rasgada e sentimental carrega o clima dos grandes cantores de sua época, como James Brown e Al Green, mas mistura-se sem esforço aos arranjos dos talentosos jovens do The Expressions, mantendo acesa a chama de uma música forte, sincera e não diluída. Dos aclamados discos My World (2009) e Faithfull Man (2012), todas as músicas são hinos em potencial, temperadas com o carisma musical que transforma álbuns em clássicos.

leefeilds emmajeanNesta terça-feira Lee Fields presenteou o público com seu novo lançamento, o disco Emma Jean, que já estava rolando na internet. Fazem parte do álbum os singles Magnolia e Just Can’t Win, faixas cujos clipes foram recentemente lançados. Quem esteve no SESC Pompeia em abril, quando o cantor passou por terras brasileiras, pôde saborear um aperitivo do novo registro.

Contrariando o ditado, Lee Fields e o The Expressions mexeram em time que estava ganhando e conseguiram renovar a sonoridade já conhecida dos dois últimos álbuns. Emma Jean – o nome da mãe de Fields – tem o sentimental, o balanço e as melodias que você assoviará pelo resto da semana, mas também tem um lado psicodélico, um pouco de steel guitar e mais liberdade pro The Expressions segurar o show enquanto o veterano toma uma água no camarim.

Aos 63 anos, Lee Fields está em seu melhor momento – algo que o autor deste texto já escreveu antes. Embora sejam mais de 40 anos de soul, o cantor não faz cover de si mesmo e nem sobrevive por seu status. Fields não parou de melhorar, e quem puder escutá-lo ao vivo ficará impressionado com a fidelidade de sua voz ao que está gravado em seus discos. Emma Jean, inclusive, tem a energia de um show, daqueles em que a gente perde a noção do tempo e as lembranças vivem por muitos anos.

Escute o disco aqui:

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