Foto: Luisa Santosa | Texto: Luan Magustero
Se fosse eu flor? Vós olharíeis em demasiado e candonga. E não quantos entre vós me reconheceríeis morto boiar por ônus que não afoga. Grato criador!
Desconhecido sou, não as pétalas. Minha impostura furaria espinhos, mãos sozinhas, minha vermelha lágrima choraria no dedo dela, pela desesperança em amalgama-las.
Se fosse tu flor? Quem te apanharia? Elevas da ruína presente. Que felicidade te encontraria? Lutaste com o chão, a chuva, e o vento, flor; tanto viço para alcançares o céu? Tu não pudeste tanto, e logo, alguém te arrancas do fogo de véu.
Ó prazer da ventania que te puxa e te leva, é o mesmo que te entrega e vê-la sorrir enleva.
Quem à morte de teu sonho te aproximaria? De coração, desejo que não sejam os “inteligentes”. Vós concluiríeis em proteger-te na natureza, e esqueceríeis insipientes, na pensada certeza estúpida, e morrerias subjugada, sem no destino de uma grinalda, ser-te apanhada, com sua eterna maldição levada, e no teu viço os pesadelos do mundo da madrugada. Imprecas sobre quem te erguerás, ao mais alto que teu caule ainda te sustentarás.
Grato por não sê-la, mas vê-la, ó flor! E por poder te presentear à menina. Só as crianças, e as mulheres crianças te amam.
Quem suportaria o arejo só na curta estação? Quem há de sofrer tanta vida em breve duração? Grato criador, grato menina em teu não ser humano, por eu não ser flor; és divino.
Como se agradece a um presente, uma surpresa, manifestando o aconchego do inesperado? Não quero saber para ser inteligente, mas para a simplicidade do – agradeço.
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