Domingo de sol, três horas da tarde, e a fila não parava de aumentar em frente ao Carioca Club. Muitos aguardaram anos por aquele show. Outros, por sua vez, ainda eram crianças quando Dexter surgiu para o rap nacional com o 509-E. Todos queriam vê-lo. Celebrar sua liberdade, participar da festa, ver de perto alguns convidados ilustres. As portas se abriram e rapidamente a pista foi ocupada. O som começou a rolar.
Em uma mesma tarde, passaram pelo palco os três maiores DJs de rap do Brasil. O primeiro a se apresentar foi o DJ Cia, tocando os clássicos que todo mundo queria ouvir. Teria valido a pena sair de casa apenas por aquela session. Mas tinha mais. Dinossauro, DJ Hum trouxe na mochila sons do mundo todo, misturou rap com funk americano, no clima de bloc party. Esquentaram a rapaziada para a aula comandada por KL Jay. Literalmente: a cada pedrada o DJ do Racionais dava a letra, mostrava o que havia de novo no rap. Anotei tudo no caderno.
Os instrumentos já estavam a postos. Apresentado pelo mestre de cerimônias Max B.O, Dexter invadiu o palco ao som de Fênix, olhar vidrado na plateia, como quem havia sonhado por muitas noites com aquele momento. O sistema lhe concedeu a liberdade, mas seu rosto mostrava uma liberdade que nenhum homem poderia dar. Dexter parecia feliz. Ao fundo, a banda Oitavo Anjo quebrava tudo.
Recebeu convidados, tudo muito bem ensaiado. Cantou samba com o Kantinguelê, emocionou com os irmãos do Ao Cubo, embalou a trilha da noite ao lado de Paula Lima (especialmente bela naquela noite), rimou Click Cleck com Thaíde. Ao lado de Guilherme Arantes, fez história: dedicou Amanhã (de Guilherme) à sua esposa Patrícia, e soltou a voz. Com Saudades Mil e Como vai seu mundo (com Péricles), fez a casa inteira cantar. Agora sim, Dexter já havia “saído pra vida, de cabeça erguida”.
Além da parceria sempre pesada com Mano Brown, que fez o Carioca Club explodir no ritmo dos graves de Sou Função, e até Diário de um Detento, vale uma tentativa de explicar o que foi a apresentação surpresa do cantor Seu Jorge ao lado de Edi Rock. Somada aos outros nomes de peso da música brasileira que compareceram à festa, a presença do músico carioca deixou clara pra quem tivesse dúvidas a importância de Dexter como artista, como símbolo.
Mesmo se o DVD A Liberdade Não Tem Preço não tivesse sido gravado naquele domingo, os momentos ali vividos dificilmente sairiam das nossas cabeças. Foi uma festa linda, e merecida. Agradecemos em nome da SOUL ART, equipe e leitores, à Fernanda pela força, e especialmente ao Dexter, que fez um show impecável, fino e elegante, como gosta de dizer. Até a próxima!
*Foto de capa: Fábio Terral
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