Para os amantes de música jamaicana e todas vertentes da cultura sound system no Brasil, o domingo 4 de outubro será inesquecível.
Em segunda edição, One Drop Festival 2015 apresentará nos palcos do Estúdio um encontro de duas lendas do dub mundial, Lee “Scratch” Perry e Mad Professor em apresentação histórica e pesada.
Preparem os capacetes:
16h20 – Abertura da Casa
É só chegar pro esquenta, o Estúdio fica na Avenida Pedroso de Morais, 1036, Pinheiros, São Paulo. Clique aqui para ver no mapa.
17h30 – Jurassic
Criada em 2006, a You&Me é um grupo de cinco amigos djs e colecionadores de vinil especializado em música jamaicana dos anos 60. Faz diversos eventos mundo afora com o sistema de som chamado de Jurassic Soundsystem. Possui um blog com milhares de álbuns disponíveis para download. Recebe diariamente mais de cinco mil visitantes que procuram músicas que vão muito além de Bob Marley e outros artistas conhecidos. O foco das raridades é o início da música jamaicana, do começo dos anos 60 até meados de 70. Nesta época, o país fervia musicalmente e novos artistas surgiam a todo instante.
Eram comuns sistemas de sons montados em espaços públicos para a realização de festas ao ar livre. Os chamados soundsystems fizeram a Jamaica mergulhar numa cultura musical sem vota que a tornou tão conhecida e apreciada quanto suas belezas naturais. Na tentativa de reproduzir esse cenário, o grupo realiza festas quase que semanalmente, com visitas a diversas cidades do Brasil e países como Bélgica, Espanha, México, Costa Rica, Colômbia, Paraguai e Argentina.
Aqui no Brasil, a You&Me produz a Jamboree. Pessoas das mais variadas tribos musicais se encontram para curtir a melhor seleção jamaicana, direto dos vinis que o grupo vai buscar direto da Jamaica. Nesta festa, também é comum a vinda de artistas da velha guarda jamaicana, como King Stitt, Dennis Alcapone, Jackie Bernard (do lendário grupo Kingstonians), e Dexter Campbell. Na virada cultural, evento realizado anualmente em São Paulo, a You&Me é responsável pela Virada Ilegal, quando toca durante a madrugada em pleno centro da cidade. Diversas matérias foram publicadas em veículos como a Folha de São Paulo, revista Veja e Rolling Stones e sites especializados em música. Todos eles confirmam o acervo único da You&Me (Jurassic Soundsystem).
18h30 – High Public
Desde 2010 promovendo danças na ruas, guetos e clubes, High Public Sound é uma crew paulistana de colecionadores de vinil – o formato escolhido para suas discotecagens, onde prevalecem as produções recheadas de frequências graves e de vertentes como roots, uk stepper, french dub e dubstep.
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Formado por Mr. Ráunas, Junior Toaster e Hatto, já tocaram ao lado de Lee Perry (JA), Mad Professor (UK), Ranking Joe (JA), Iration Steppas (UK), Zion Train (UK), Channel One (UK), Vibronics (UK), Mungos Hi Fi (UK), Solo Banton (UK), Alpha Steppa (UK), Rootz Hi Fi (CH), Kebra Ethiopia (South Africa), Soom T (UK), Brigadier JC(UK), Yellow P, Dubmovement, Cidade Verde, Reggaematic, Digitaldubs, Monkey Jhayam, Leggo Violence, Amanajé, Cultive Dub, Sound Sisters e muitas outras equipes nacionais de responsa!
19h30 – Digitaldubs
Fundado por Marcus “MPC” em 2001, o Digitaldubs é primeira equipe de som especializada em reggae e dub no Rio de Janeiro. É o principal representante da cultura sound system no Brasil com grande reconhecimento na cena internacional com diversas turnês pela Europa, EUA e América Latina.
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Com vários álbuns e singles lançados pelo próprio selo independente, o grupo também está no catálogo de renomados selos internacionais como ROIR, Soul Jazz, Wordsound e Man Recording. As colaborações do Digitaldubs incluem lendas do reggae, como os jamaicanos Sugar Minott, Ranking Joe e Cedric (The Congos) Myton, além de grandes nomes brasileiros B Negão, Black Alien, Otto, MV Bill, Mr. Catra e muitos outros. Produziram a trilha sonora original do cultuado documentário musical Dub Echoes. Em 2008 ganharam o Prêmio Orilaxé da ONG Afroreggae.
Jeru Banto é um artista da zona oeste do Rio que foi descoberto pelo Digitaldubs há alguns anos e desde então vem participando ativamente do coletivo com gravações e apresentações ao vivo. “Nos Porcos Não Crescerão Asas” é o primeiro single/vídeo do seu primeiro álbum solo a ser lançado esse ano.
20h30 – Marcelinho da Lua
O carioca Marcelinho da Lua é um premiado produtor musical, radialista, pesquisador, professor, colecionador de LPs e DJ, o que o faz viajar o mundo em participações, produções e remixes para diversos artistas consagrados.
Um de seus maiores feitos foi conquistar com dois discos, Tranqüilo (2003) e Social (2007), o Prêmio de Música Brasileira (categoria eletrônica). Além disso, destacam-se os dois MTV Awards, com os clipes de Cotidiano (com Seu Jorge) e Refazenda (com Mart’nália).
Junto ao BossaCucaNova, banda que fundou em 1997, lançou cinco discos, entre eles um (“Brasilidade”, 2002) indicado ao Grammy Latino. Com o quarto álbum de estúdio (Nossa Onda É Essa, 2013), o BossaCucaNova chegou ao topo das paradas do iTunes World Chart e da rádio californiana KCRW através de uma parceria com a gravadora SixDegrees, que lançou internacionalmente o trabalho com o nome de Our Kind of Bossa.
Como DJ, Da Lua já se apresentou em mais de 10 Réveillons na Praia de Copacabana, para milhares de pessoas. Suas experiências mais marcantes estão em festivais como Womad (UK/2005), Roskilde (DK), Summer Stage (NYC) e Trans Musicales (FR/1998).
Marcelinho Da Lua grava, mixa, compõe e produz eventos. Em 2012 criou a festa semanal Ya’Ya high-fi, totalmente dedicada a discotecagem feita com discos de vinil. No mesmo ano foi lançada a compilação “Ya’Ya high-fi Vol. 1” pelo selo Reserva (EMI), com quinze gravações dos baús das extintas gravadoras Copacabana e Odeon e que abrangem o período que vai de 1964 a 1981.
Seu trabalho de estúdio contempla os prestigiados AR e Albatroz com produtores de renome como Tom Capone, Kassin, Liminha e Rafael Ramos. Atualmente trabalha com Bruno LT no 1/4inho, de sua propriedade.
22h00 – Lee “Scratch” Perry meets Mad Professor
Atualmente com 79 anos de idade, Rainford Hugh Perry é conhecido mundialmente como Lee “scratch” Perry e também como um dos maiores produtores musicais que colaboraram com o planeta, deixando uma vasta obra de produções magistrais e gravando grandes nomes jamaicanos como Heptones, Bob Marley, Eric Donaldson, Junior Murvin, Max Romeo e até figuras do mainstream como Bestie Boys e Sinéad O Conor.
Dono de um dos mais expressivos e mágicos estúdios da música jamaicana, o lendário Black Ark – queimado por ele por circunstâncias até hoje não muito bem esclarecidas – Lee Perry começou a trabalhar com música bem antes de sentar na frente de uma mesa de som.
No início de sua carreira, King Perry começou no inicio de 60 cantando o final da Era RnB Jamaicana e inicio do ska. Dono de uma voz que não se pode dizer que era das mais belas de todas, mas, muito peculiar e criativa. Perry gravou para seu mestre, posteriormente inimigo e depois novamente amigo – Coxsone – pedras raras e lindas do Ska Studio 1; e após a briga, se moveu para trabalhar com Joe Gibbs, gravando mais lindas canções.
já na Era Rocksteady, escreveu músicas de amor, fato não muito corriqueiro na carreira dele, e assim, dividiu produções e canções com Prince Buster. Mas foi somente em 1969 que sua carreira de produtor começou a chamar atenção.
Ainda trabalhando no estúdio de outro produtores, mas somente por volta de 1972 que o seu estúdio Black Ark foi fundado e seu primeiro som registrado.
A partir dai sua história teve uma reviravolta e sua carreira linda de cantor e percussionista foram semi esquecidas tamanha sua genialidade dentro de seu estúdio. Genialidade que só pode ser comparada com a do rei Coxsone Dodd.
Genialidade que o faz o maior produtor da história da música Jamaicana depois de Coxsone. Genialidade que torna o Black Ark o mais influente estúdio jamaicano após o Studio 1.
Genialidade que o faz grande cantor e compositor que inclusive, foi um dos grandes responsaveis por colocar Bob Marley no caminho certo do canto, composição e o apresentou ao mundo.
Esta figura ímpar da música jamaicana é um dos últimos músicos de sua geração em plena atividade. O quase octogenário artista sempre se manteve na vanguarda musical, abrindo caminhos para que o roots encontrasse os novos universos musicais dos samples. Lee Perry é considerado o pai do reggae dub e possui – além de uma vasta discografia.
(Fonte: Y&M)
Mad Professor
Um discípulo de Lee “Scratch” Perry, Mad Professor foi um dos principais produtores de segunda geração do reggae e dub. Seu álbum Dub Me Crazy ajudou o dub fazer sua transição para a era digital, quando as produções electrônicas começaram a assumir o gosto dos ouvintes de reggae nos anos 80. Suas faixas da era espacial, não só fez uso da nova tecnologia digital, mas, muitas vezes, expandido a ideia do dub e acrescentando mais elementos e camadas de som do que seus antepassados fizeram normalmente. Em meados dos anos 90, voltando para as raízes, estreando um estilo mais retrô na série Black Liberation Dub. Além disso, montou seu próprio estúdio e gravadora, Ariwa, que foi a casa de um estábulo de vocalistas (com ênfase no amantes do rock e raízes conscientes do reggae) e algumas das melhores produções de reggae britânico da época. Como sua reputação cresceu, ele se tornou um remixer de escolha para bandas de rock e techno aventureiros.
Mad Professor nasceu em Neil Fraser por volta de 1955 na Guiana, um pequeno país na parte norte da América do Sul. Ganhou o apelido ainda pré-adolescente, graças ao seu intenso interesse em eletrônica; ele mesmo construiu seu próprio rádio. Aos 13 anos, sua família mudou-se para Londres, e em torno de 20 anos de idade, começou a recolher equipamentos de gravação: decks de fita reel-to-reel, efeitos de eco e reverb, e similares. Em 1979, construiu sua própria mesa de mixagem e abriu um estúdio de quatro pistas em sua sala de estar em Londres área do sul de Thornton Heath. Chamado Ariwa, começou a gravar bandas e cantores para sua própria gravadora de mesmo nome, na sua maioria na veia os amantes do rock: Deborahe Glasgow, Aquizim, Sergeant Pepper, Tony Benjamin, Davina Stone, e Ranking Ann, entre outros. Em meio a queixas de seus vizinhos, mudou-se em estúdio para uma instalação adequada em Peckham, sul de Londres. Em 1982 gravou seu primeiro álbum, Dub Me Crazy, Pt. 1, e rapidamente seguiu com um segundo volume, o sucesso além dos reinos do dub. Em 1983 trouxe mais dois volumes, a The African Connection (muitas vezes aclamado como um dos seus melhores) e o popular Escape to the Asylum of Dub.
O estúdio Ariwa foi transferido para uma melhor vizinhança em West Norwood, durante meados dos anos 80, e atualizado para capacidade de 24 canais, tornando-o o maior estúdio de propriedade de negros no Reino Unido. Mad Professor realmente começou a fazer um impacto sobre a cena do reggae britânico. Produziu grandes singles de sucesso para Ariwa como Pato Banton e Sandra Cruz, e também dirigiu o primeiro álbum de sucesso do toaster Macka B, o Sign of the Times. Ao mesmo tempo, a era ragga estava amanhecendo, e produções totalmente digitais começaram a assumir o reggae. Como o som ragga cresceu mais e mais, a marca Mad Professor de dub se tornou mais especial. Os álbuns Dub Me Crazy atingiram o auge de seu experimentalismo durante a última parte da década de 80, embora no início dos anos 90 eles estavam mostrando sinais de esgotamento criativo. O volume 12ª e última da série, Dub Maniacs na agitação, foi lançado em 1993.
Enquanto isso, Ariwa continuou a prosperar como um rótulo, com mais batidas pelos gostos de Macka B, Pato Banton, Sandra Cross, cantora Kofi, Intense, Jah Shaka, John McLean, o Robotics, Johnny Clark, e outros. Além disso, ele começou a colaborar com algumas das figuras mais conhecidas do reggae; unindo forças com seu principal influenciador Lee “Scratch” Perry, pela primeira vez em 1989. Em 1991, ele produziu o primeiro de vários álbuns para o veterano revolucionário DJ U-Roy, o aclamado True Born African; passou também a trabalhar com os gostos de Yabby You e Bob Andy.
Com seus colaboradores de alto perfil, Mad Professor começou a fazer seu nome fora da comunidade reggae, e logo, se viu na demanda como um remixer para o rock, R&B, e música eletrônica. Ao longo dos anos 90, remixou faixas de artistas como Beastie Boys, Jamiroquai, Rancid, Depeche Mode, e Perry Farrell, entre outros. Seu projeto mais conhecido foi uma versão completamente reinventada do segundo álbum triphop de Massive Attack.
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