“Você vai querer reconsiderar o álcool (ou tomar outras substâncias) que você trouxe com você – a experiência de alteração da mente do Burning Man é a sua própria droga” – definição do Festival Burning Man, por Molly Steenson.
Não sei se todos enlouquecem como eu nesta descrição do festival, mas apenas a ideia da desconstrução humana pelo viés da arte e espiritualidade, já desestrutura o bpm desta que vos escreve. Explico:
A primeira coisa que se aprende quando se aceita desconstruir para o despertar espiritual, é que todos os desejos e necessidades criados pelo homem, principalmente os materiais ou status, são fruto de um vazio construído durante sua formação, que obrigatoriamente o designam a um caminho de dor. Existe a forte sensação de transcendência na conexão com “alimentos da alma”, que surgem quando entendemos as principais vias de felicidade. A arte, além de um alimento, é também um refúgio para a alma. É a criação de um universo seguro, estruturado, capaz de sonhar e desenvolver alternativas.
Já a espiritualidade, outra forma de alimento, mantém a perseverança, a força, a vontade de continuar enquanto o mundo está em colapso. A fé é um colete de boas vibrações. A junção destas duas alternativas pode resultar na força da paz e do amor. O louco é que Burning Man é a própria definição do que é isso.
Burning Man possui 10 princípios de existência para o festival: A Inclusão Radical: toda e qualquer pessoa pode fazer parte do ritual. O Presentear: quando presenteamos alguém no Burning Man, não esperamos nada em troca. É o incondicional de doar-se, sem retorno. A Desmercantilização: para quem tem o sonho medíocre de usar o evento para qualquer fim comercial, fica a dica: desencane. Lá não é lugar para você. Burning Man valoriza a troca, o sentimento comunitário, a experiência voluntária. A Auto-confiança Radical: no Burning Man você se aceita, se descobre, se explora. Vítimas da autosabotagem só estarão lá, se dispostos a quebrar este ciclo. Quem desperta sabe que nos amamos a ponto de transbordar amor aos arredores. A Auto-expressão Radical: ela surge a partir de sua criatividade com os presentes que entregará. Você é o que você dá.
O Esforço Comum: planejamento, organização, construção, desenvolvimento, acabamento, estrutura, limpeza e desconstrução. Tudo no Burning Man é desenvolvido por trabalhos colaborativos. A Responsabilidade Civil: os membros da comunidade que organizam eventos devem assumir a responsabilidade pelo bem-estar público, devem assumir a responsabilidade para a realização de acordo com as leis locais, estaduais e federal. O Não deixar vestígios: as ações humanas resultam lixo, mas o Burning Man entende bem o que significa respeitar o meio ambiente, portanto limpeza colaborativa no final da festa. Tenha certeza que o trabalho não é moleza. A Participação: no Burning Man é participando que a gente transcende, muda, sai do lugar. A Urgência: superar barreiras que se interpõem entre nós. Reconhecimento do eu interior, da realidade dos que nos rodeiam, da participação na sociedade e contato com um mundo natural superior a poderes humanos. Nenhuma ideia pode substituir esta experiência.
Qualquer pessoa interessada em colaborar e participar do festival pode entrar em contato com os organizadores pelo site do evento. Se quiser saber mais, a Soul Art tem uma matéria com mais informações, que você pode ler clicando aqui. Confira fotos da edição deste ano da festa.
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