Mingus Mingus Mingus Mingus Mingus nem foi o primeiro disco que ouvi dele, mas olhar essa capa é ter certeza de que não é um disco qualquer. Pra quem conhece o som do Charles Mingus, sabe que é de uma elegância absurda com pitadas de viagens, improvisos e mudanças, além dos famosos gritos dos integrantes ao fundo que dão o maior feeling.
Salve! Começo hoje como colaborador aqui no SOUL ART com a coluna Sinestesia – Disco começa pela capa. A proposta da coluna começou tomar forma desde que a banda Marco Nalesso e A Fundação me convidou pra fazer o trampo de direção de arte do novo disco dos caras. Na minha busca por referências, comecei a entrar nesse universo que é o design de capas. A vontade de compartilhar minhas impressões sobre aqueles que são os olhos da música resulta nos posts que seguem a partir de hoje. Bora?
E, como post de estreia tem que ter todo aquele marketing que lhe é necessário, resolvi estrear com uma pedrada.
Mingus Mingus Mingus Mingus Mingus de Charles Mingus: Flynn Flynn Flynn Flynn Flynn
E é por isso que o Robert Flynn é gênio. Ele é daqueles designers que não querem fazer o melhor trabalho do mundo, só querem fazer o melhor trabalho. Essa capa é praticamente uma consagração da percepção de um conceito musical traduzida para o visual. Basta olhar para sacar que tudo o que as músicas sugerem está ali. Quer entender melhor? Coloque o disco pra tocar e fique observando a capa. Enquanto a elegância da música predomina, existe a sensação de que a qualquer momento vai acontecer alguma loucura. E na hora da loucura, você é chamado pra simplicidade. Aí você percebe que é isso que essa capa faz. O respiro generoso, o riso sincero capturado na foto e a tipografia que quebra nossa cabeça. E o mais genial da capa na minha opinião é que há uma troca de olhares. Mingus olha a tipografia como olha a sua banda. Isso é o que traduz em recursos básicos o som genial de Mingus Mingus Mingus Mingus Mingus.
Se você ainda não ouviu, ouça. E se quer conhecer outros trabalhos de Robert Flynn chore com outras capas que ele fez.
Convenhamos: trabalhar com as fotos do Joe Alper é meio trabalho feito pra qualquer designer. Mas isso fica para um próximo post.
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