Pesquisadores destacam eficácia da musicoterapia na quarentena, momento em que somos expostos a grande estresse
Se você não conhece a importância da musicoterapia na quarentena, há muito que estímulos musicais possam fazer para nossa qualidade de vida. Na metade de março de 2020, foi declarado o início do isolamento social por conta do Covid-19 em diversos lugares do mundo. Ao longo desse período, muitas pessoas mudaram seus comportamentos e passaram por grandes problemas de saúde física ou mental.
Como solução desses problemas, ouvir um pouco de música todo dia durante a quarentena é uma boa opção. Ela tem uma influência muito forte sobre nós, seres humanos, através de seus ritmos e letras. Sabe aquela canção ou som que marca um filme ou série famosa? Na vida real acontece a mesma coisa. Há músicas que marcam situações boas ou ruins que acontecem no dia a dia com as pessoas.
Portanto, quando colocamos um CD para tocar, não estamos escutando apenas por lazer, mas também como efeitos terapêuticos e estímulo de áreas do nosso cérebro que irão despertar potenciais de aprendizagem. Inclusive, nossos batimentos cardíacos, a frequência respiratória e os ritmos elétricos cerebrais mudam conforme as melodias e ritmos. Ou seja, nosso coração ficará mais acelerado quando ouvirmos um rock do que quando ouvimos uma música clássica.
Segundo estudos, as músicas possuem um impacto nas emoções e comportamentos humanos e também na saúde. Quando estamos ouvindo alguma canção, ou tocando um instrumento musical, várias áreas do nosso cérebro serão instigadas.
Segundo Eliseth Leão, pesquisadora do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, as regiões responsáveis por atividades motoras, de memória, pela linguagem e pelos sentimentos são recrutadas para interpretar os estímulos sonoros que chegam no cérebro.
Os trabalhos e estudos sobre a musicoterapia tiveram início na psiquiatria, ajudando a curar doenças como ansiedade e depressão. De acordo com o fisiologista Vitor Engrácia, as músicas têm capacidade de reduzir o nível de estresse durante o procedimento cirúrgico. Essa atividade podemos ver na série Grey´s Anatomy, em que o personagem Tom Koracik, um neurocirurgião, costuma fazer as cirurgias ouvindo músicas para poder se concentrar em salvar seus pacientes.
O profissional que se especializa em musicoterapia aplica a música como um tratamento complementar às condições de saúde mental. Segundo o musicoterapeuta José Davison da Silva Junior, os profissionais utilizam técnicas que envolvem recriação de sons, audição, tocar um instrumento e a composição. Para isso, é necessário levar em consideração o histórico de cada paciente.
Essa área pode ser utilizada em diversas situações, como para dar um certo tipo de suporte para crianças autistas e assim interagirem melhor com seus amigos e familiares.
Algumas aplicações da musicoterapia podem ajudar situações patológicas como o estresse, o AVC, o aprendizado, o Parkinson, a Depressão e a Ansiedade. Também atua como um instrumento para a cura do Alzheimer.
Dentro da musicoterapia existem dois lados: o primeiro é o da neurociência, que lida com a objetividade de dados que mapeiam o funcionamento do cérebro. Já no segundo lado, encontra-se a música que representa a subjetividade, a transitividade e o movimento lúdico.
De acordo com a psicóloga Renata Mota, praticar atividades que envolvem músicas durante o período de pandemia do Covid-19 é essencial para cuidar da saúde mental. Pois, através dessas atividades, nós conseguimos expressar nossos sentimentos. Ela também comenta que a frequência dessas atividades aumentou muito durante esse momento de isolamento social.
A dançarina Thauana Marin afirma que na quarentena passou a tocar mais piano do que antes da pandemia. Ela acredita que quando tudo isso acabar, provavelmente passará a tocar piano ainda mais. A dançarina fala: “agora estou relacionando a música com a expressão dos meus sentimentos de uma forma mais forte que antes do isolamento. Antes da quarentena era algo mais ‘mecânico’, agora estou conseguindo colocar mais meu sentimento”.
Para esta pauta foi realizada uma pesquisa pela repórter Clarissa Brait em que as pessoas afirmaram que durante a quarentena passaram a praticar mais atividades que envolvam músicas. Assim como a dançarina Thauna Marin e a psicóloga Renata Mota comentaram sobre.
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